PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ÓBITOS POR ESCABIOSE NO BRASIL
MARIA ANTONIA RODRIGUES DA SILVA LIMA 1, JÚLIA MARIA DE JESUS SOUSA1, EMANUELLA PEREIRA RIBEIRO1, GLENDA LYARA RIBEIRO QUEIROZ1, RAYSA RIBEIRO DOS SANTOS1, THALIA ANTÔNIA SOUZA NOGUEIRA GUERRA AGUIAR1, CYNARA CRISTHINA ARAGÃO PEREIRA1
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí
maria.antonia.rsl@gmail.com

A escabiose, conhecida como sarna, é uma dermatose de ampla distribuição mundial, provocada por ácaros da espécie Sarcoptes scabiei, cuja transmissão se dá pelo contato direto com indivíduos infestados ou fômites contaminados. Tal parasitose acomete seres humanos, animais domésticos e selvagens. Acomete pessoas independentemente da etnia, faixa etária, sexo ou classe social, sendo impossível a eliminação dos parasitos na ausência de tratamento. Por conta da alta prevalência de doenças parasitárias e da escassez de estudos com essa temática, faz-se fundamental o desenvolvimento de pesquisas como essa. À vista disso, este trabalho teve como objetivo apresentar variáveis epidemiológicas referentes à mortalidade por escabiose no Brasil. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, descritivo e retrospectivo.  O estudo tem como cenário o Brasil, país sul-americano, dividido em cinco regiões: Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Foram utilizados registros de óbitos por escabiose no Brasil, no período de 2013 a 2017, dispostos na plataforma do Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10, Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Coordenação-Geral de Informação e Análise Epidemiológica (CGIAE/MS); sendo empregadas as variáveis sexo, raça/cor e faixa etária. No período analisado, houve registro de 55 óbitos por escabiose no Brasil. No que se refere ao sexo, mulheres foram as mais acometidas (n=29; 52,7%). Quanto à faixa etária, a população com idade infantil prevaleceu (n=15; 27,3%). Considerando a raça/cor, o maior número de óbitos foi registrado entre pessoas pardas (n=25; 50,0%). Com relação ao período de ocorrência, houve maiores registros de óbitos no mês de janeiro (n=10; 18,2%) e no ano de 2010 (n=10; 18,2%). No que diz respeito à localidade, a região Sudeste teve mais óbitos (n=28; 50,9%), sendo o estado do Rio de Janeiro o mais atingido (n=12; 21,8%). A região Sul, durante o período analisado, não registrou nenhum óbito por escabiose. Divergindo do exposto pelo trabalho, algumas literaturas afirmam que a escabiose é uma parasitose não-letal, tendo, assim, pouca importância patogênica. Além disso, alguns autores declaram, ainda, que é a dermatose mais comum no mundo, evidenciando a necessidade de desenvolver medidas profiláticas e terapêuticas relativas à parasitose. Conclui-se, então, que, no período analisado, vieram a óbito, majoritariamente, crianças pardas, do sexo feminino, em decorrência da escabiose.

 



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Escabiose, Mortalidade