PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR AMEBÍASE NO BRASIL
EMANUELLA PEREIRA RIBEIRO 1, VITÓRIA MARIA SOUSA PAIXÃO1, VIVIANNY DE OLIVEIRA FERREIRA1, ANA BEATRIZ RUFINO DOS SANTOS1, SHEILA DA SILVA NASCIMENTO1, RENATA BASTOS DE CASTRO1, WAGNER MARTINS FONTES DO RÊGO1
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí, 2. UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
ribeiro.lulu@hotmail.com

A amebíase, causada pelo protozoário Entamoeba histolytica , é adquirida pela ingestão de alimentos e água contaminados com cistos maduros. Localiza-se no intestino grosso, mas pode ocasionar infiltração na mucosa intestinal, alcançando vasos e atingindo outros órgãos. Possui altas mortalidade no mundo, perdendo apenas para malária, dentre as protozoonoses. Este estudo teve como objetivo apresentar o perfil epidemiológico dos óbitos causados por amebíase no Brasil. Trata-se de pesquisa transversal, quantitativa, descritiva e retrospectiva. O cenário de estudo foi o Brasil, com cerca de 207 milhões de habitantes e é dividido em cinco macrorregiões, sendo elas: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Os dados foram coletados do Painel de Monitoramento de Mortalidade CID-10, plataforma do Departamento de Vigilância e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde (DANTPS), tendo como variáveis: sexo, raça, grupo etário e localidade (regiões brasileiras); e período de 2015 a 2017. No período analisado houve 234 casos de mortalidade por amebíase no Brasil. Em relação a faixa etária, a amebíase foi mais prevalente em pessoas com idade de 80 anos ou mais (n=91;38,9%). Sobre raça, a maior prevalência foi entre os pardos (n=108; 46,2%). Já referente ao sexo, a diferença foi pequena entre masculino (n=119; 50,9%) e feminino (n=115; 49,1%). Quanto ao mês, notou-se mais casos no mês de abril (n=28; 12,0%). Com relação aos estados, observou-se maior número de casos em São Paulo (n=39; 16,7%). Neste estudo, verificou-se maior mortalidade em idosos, no entanto, na literatura disponível a cerca de outras formas clínicas da amebíase, verificou-se que o abcesso hepático amebiano é mais frequente em adultos. Diferentemente de um estudo realizado em Recife, PE, nos quais os autores afirmam que naquela localidade não há casos de E. histolytica, este estudo observou que esse é o sexto estado com maior número de óbitos por amebíase no país. Os dados deste estudo corroboram com demais da literatura na prevalência de mortalidade por amebíase entre homens. Conclui-se que, de modo geral, o perfil epidemiológico dos óbitos foi homem, pardo e idoso. Ademais, considera-se que deve haver uma mais efetiva propagação de informações relacionadas à parasitose, com vistas em minimizar os impactos por ela causados.



Palavras-chaves:  Amebíase, Epidemiologia, Mortalidade