PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORBIDADE HOSPITALAR POR PESTE NO BRASIL |
Peste é uma doença infeciosa, transmitida pela picada de pulgas infectadas pela bactéria Yersinia pestis . Afeta o sistema linfático, sendo altamente agressiva, possuindo alto nível de mortalidade. Pode ser facilmente dispersa por vasta área territorial, através dos hospedeiros. Após infecção, o ser humano, na maioria das vezes, chega a óbito. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento dos casos de internações hospitalares por peste no Brasil. Trata-se de um estudo de desenho transversal, com abordagem quantitativa, descritiva e retrospectiva. O Brasil é um país da América Latina, com população de 207.660.929 habitantes, estimada para o ano de 2017, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com área de 8.516.000 km² de extensão e cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Os dados foram coletados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH), Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis utilizadas foram: sexo, faixa etária, raça/cor, meses de atendimento e estados brasileiros. O período de estudo foi de dez anos: de 2008 a 2017. Nesse período analisado, houveram 950 casos de internações hospitalares por peste no Brasil, sendo que, de 2008 a 2011, houveram 750 (78,9%). Todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram casos de internações hospitalares por peste. O estado de Pernambuco foi o que mais teve casos de internação hospitalar por peste no Brasil (n=484; 50,9%). O sexo mais acometido foi o masculino (n=732; 77,1%). A faixa etária mais frequente foi entre 20 e 29 anos de idade (n=200; 21,1%). A raça/cor mais presente foi a parda (n=394; 41,5%). Os meses em que mais ocorreram internações hospitalares por peste foram de maio a julho (n=385; 40,5%). Segundo a literatura, não se deve responsabilizar unicamente o papel do roedor na transmissibilidade da doença; haja vista que cães e gatos também podem veicular a bactéria e convivem mais próximo no ambiente doméstico dos seres humanos. Há também, na literatura, o alerta de que métodos clássicos de vigilância epidemiológica adotados por alguns países como o Brasil, não tem eficácia em determinadas situações, como por exemplo, o bioterrorismo. E que, esta doença pode ser usada como arma biológica; tornando seu controle de suma relevância para a saúde pública brasileira. Conclui-se que o perfil de morbidade hospitalar por peste no Brasil compreende homens pardos, com idade entre 20 e 29 anos. |