A HEPATITE B NA REGIÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO: ESTUDO DE GENÓTIPOS E SUBGENÓTIPOS CIRCULANTES
BRIGIDA HELENA DA SILVA MENEGHELLO 1, MÁRCIA MARIA COSTA NUNES SOARES1, AMANDA FIDELIS DE OLIVEIRA1, JOÃO CAETANO FILHO1, MARCÍLIO FIGUEIREDO LEMOS1, ADRIANA PARISE COMPRI1, VANESSA CRISTINA MARTINS SILVA1, REGINA CÉLIA MOREIRA1
1. CLR-IAL-X SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - Centro de Laboratório Regional Instituto Adolfo Lutz São José do Rio Preto, 2. IAL - CENTRAL - Instituto Adolfo Lutz - Central
brigida_meneghello@hotmail.com

Introdução: As Hepatites virais representam um grave problema de saúde pública no mundo e no Brasil, tanto pelo número de indivíduos atingidos como pela possibilidade de complicação das formas agudas e crônicas. Aproximadamente um terço da população mundial atual já se expôs ao vírus da hepatite B, e estima-se que 240 milhões de pessoas estejam infectadas cronicamente. A hepatite B é responsável por aproximadamente 780.000 óbitos ao ano no mundo. No Brasil, aproximadamente 500 indivíduos morrem anualmente no país por infecção por HBV. No entanto, considerando a ocorrência de infecção assintomática em muitas pessoas, e uma notificação insuficiente das infecções sintomáticas, a prevalência da hepatite B no Brasil é subestimada. Objetivos: O presente estudo teve o objetivo de investigar os genótipos e subgenótipos circulantes na Região de São José do Rio Preto, relacionando-os aos dados clínicos, e verificar a presença de resistência viral aos diferentes fármacos, considerando que nesta Região existem muitos pacientes em tratamento da Hepatite B e que nenhum estudo foi realizado nesse contexto. Métodos: Foram realizados a amplificação e o sequenciamento das regiões S e polimerase do genoma do HBV, por meio da técnica de nested PCR in house. Para caracterização dos genótipos e subgenótipos, as sequências obtidas foram submetidas à ferramenta online VIRUS TOOLS (Hospital Israelita Albert Einstein) e analisadas filogeneticamente. Resultados: Foram incluídas no estudo 127 amostras, de diferentes Unidades de Saúde da Região de São José do Rio Preto, das quais foi possível genotipar e analisar a resistência de 126 delas. Os genótipos encontrados foram A (51,6%; 65/126), B (0,8%; 1/126), C (0,8%; 1/126), D (37,3%; 47/126), E (0,8%; 1/126), e F (8,7%; 11/126), sendo os genótipos A e D os mais prevalentes; com relação aos subgenótipos, uma grande diversidade foi observada: A1 (40,5%), A2 (11,1%), B1 (0,8%), C1 (0,8%), D1 (1,6%), D2 (5,6%), D3 (28,6%), D4 (1,6%), F2a (7,1%) e F4 (1,6%). Todas as amostras analisadas eram de portadores crônicos do HBV, com presença de cirrose em 4,7%, coinfecções com HIV e/ou HCV 12,6%. A taxa de resistência encontrada foi de 28,6%. Conclusão: Esses dados demonstram a importância da Hepatite B na região de São José do Rio Preto, e comprovam a necessidade de uma vigilância sempre ativa, para o manejo efetivo dos pacientes HBV crônicos, a fim de reduzir a mortalidade e morbidade associadas a essa infecção viral.



Palavras-chaves:  hepatite B, genótipos, subgenótipos, epidemiologia