A HEPATITE B NA REGIÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO: ESTUDO DE GENÓTIPOS E SUBGENÓTIPOS CIRCULANTES |
Introdução: As Hepatites virais representam um grave problema de saúde pública no mundo e no Brasil, tanto pelo número de indivíduos atingidos como pela possibilidade de complicação das formas agudas e crônicas. Aproximadamente um terço da população mundial atual já se expôs ao vírus da hepatite B, e estima-se que 240 milhões de pessoas estejam infectadas cronicamente. A hepatite B é responsável por aproximadamente 780.000 óbitos ao ano no mundo. No Brasil, aproximadamente 500 indivíduos morrem anualmente no país por infecção por HBV. No entanto, considerando a ocorrência de infecção assintomática em muitas pessoas, e uma notificação insuficiente das infecções sintomáticas, a prevalência da hepatite B no Brasil é subestimada. Objetivos: O presente estudo teve o objetivo de investigar os genótipos e subgenótipos circulantes na Região de São José do Rio Preto, relacionando-os aos dados clínicos, e verificar a presença de resistência viral aos diferentes fármacos, considerando que nesta Região existem muitos pacientes em tratamento da Hepatite B e que nenhum estudo foi realizado nesse contexto. Métodos: Foram realizados a amplificação e o sequenciamento das regiões S e polimerase do genoma do HBV, por meio da técnica de nested PCR in house. Para caracterização dos genótipos e subgenótipos, as sequências obtidas foram submetidas à ferramenta online VIRUS TOOLS (Hospital Israelita Albert Einstein) e analisadas filogeneticamente. Resultados: Foram incluídas no estudo 127 amostras, de diferentes Unidades de Saúde da Região de São José do Rio Preto, das quais foi possível genotipar e analisar a resistência de 126 delas. Os genótipos encontrados foram A (51,6%; 65/126), B (0,8%; 1/126), C (0,8%; 1/126), D (37,3%; 47/126), E (0,8%; 1/126), e F (8,7%; 11/126), sendo os genótipos A e D os mais prevalentes; com relação aos subgenótipos, uma grande diversidade foi observada: A1 (40,5%), A2 (11,1%), B1 (0,8%), C1 (0,8%), D1 (1,6%), D2 (5,6%), D3 (28,6%), D4 (1,6%), F2a (7,1%) e F4 (1,6%). Todas as amostras analisadas eram de portadores crônicos do HBV, com presença de cirrose em 4,7%, coinfecções com HIV e/ou HCV 12,6%. A taxa de resistência encontrada foi de 28,6%. Conclusão: Esses dados demonstram a importância da Hepatite B na região de São José do Rio Preto, e comprovam a necessidade de uma vigilância sempre ativa, para o manejo efetivo dos pacientes HBV crônicos, a fim de reduzir a mortalidade e morbidade associadas a essa infecção viral. |