LEISHMANIOSE NA FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA: QUAL O IMPACTO DE CADA TIPO NO NÚMERO DE INTERNAÇÕES, GASTOS E MORTALIDADE NOS ÚLTIMOS 5 ANOS?
CAMYLLA SANTOS DE SOUZA1, SAULO RIBEIRO CESÁRIO1, IARA GEISA LIMA FERREIRA 1, BRUNO BASTOS GODOI1, ADELMO ISAAC MEDEIROS AVELINO1, VITÓRIA MIKAELLY DA SILVA GOMES1, JOÃO DAVID DE SOUZA NETO1
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. UPE - Universidade de Pernambuco, 3. UFVJM - Universidade Federal dos Vales de Jequitinhonha e Mucuri, 4. UNINORTE - Uninorte, 5. UFPI - Universidade Federal do Piauí, 6. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 7. HM - Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes
iarageisa98@gmail.com

Leishmaniose é uma doença tropical negligenciada, sendo um dos seis principais problemas de saúde pública no mundo. Apresenta incidência global, por ano, de 500.000 novos casos e mais de 50.000 mortes. O Brasil representa 97% de todos os casos no continente, atingindo principalmente a população infantil nos seis primeiros anos de vida. A importância dessa condição reside, além da alta incidência, no seu potencial de assumir formas graves e letais quando associadas a quadros de desnutrição e infecções concomitantes. Analisar as estatísticas, nos últimos 5 anos, de leishmaniose na faixa etária pediátrica, com enfoque no número de internações, gastos e mortalidade. Estudo quantitativo, populacional, descritivo, observacional e transversal, com base em dados disponíveis na plataforma DATASUS . De 01/2013 a 04/2018, registraram-se 9.930 internações em crianças de 0-19 anos, sendo 1.829 em 2013, 2.018 em 2014, 1.850 em 2015, 1.559 em 2016, 2.042 em 2017 e 632 até 04/2018. Das 7.845 internações de leishmaniose visceral (79%), foram gastos R$3.942.420,08 – 80% do total de R$4.900.677,18 –, com mortalidade de 2,29; das 325 internações de leishmaniose cutânea (3%), o gasto foi de R$124.135,80, com mortalidade de 1,23; das 135 de leishmaniose cutâneo-mucosa (2%), R$85.001,42, sem registros de mortalidade, por fim, para 1.625 internações referentes a outros tipos de leishmaniose (16%), gastaram-se R$749.119,88, associado à mortalidade de 2,52. Em todas as faixas etárias, a leishmaniose visceral foi o subtipo com maior ocorrência, sendo responsável por 80,9% de 0-1 ano (1.178 de um total de 1.456 internações); 81,4% de 1-4 anos (4.112 de 5.051 internações); 77,4% de 5-9 anos (1.324 de 1.710 internações), 71,7% de 10-14 anos (640 de 892 internações) e 71,9% de 15-19 anos (591 de 821 internações). O sexo masculino e a etnia parda foram os mais acometidos – 54% (5.346) e 52% (5.197), respectivamente. Foram somados 131.287 dias de permanência, com média de 13,2 dias por pacientes. Acerca do número de óbitos, foram observadas um total 225 mortes por leishmaniose, sendo a visceral a responsável por maior taxa (80% – 180). É válido lembrar que o tratamento medicamentoso salva muitas vidas, porém o paciente pode apresentar recidiva do quadro clínico ou resistência medicamentosa. Tais fatos, associado à indisponibilidade de vacina, acabam por dificultar o manejo da doença, acarretando em um aumento dos gastos públicos.



Palavras-chaves:  Doenças transmissíveis, Gastos de capital, Leishmaniose, Mortalidade infantil, Pediatria