DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO E PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE DIARREIA VIRAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO
IARA GEISA LIMA FERREIRA 1, LÍLIAN KARINE MACHADO DE SOUZA1, KAUANNE ARAÚJO BARBOSA RIBEIRO1, ARON NOGUEIRA AQUINO1, AILTON JOSÉ DE SOUZA JUNIOR1, DANIELA DE ARAÚJO VIANA MARQUES1, JURANDY JUNIOR FERRAZ DE MAGALHĂES1
1. UPE - Universidade de Pernambuco
iarageisa98@gmail.com

As doenças diarreicas agudas se configuram como um dos principais agravos que acometem crianças de 0 a 5 anos de idade. Essas patologias são responsáveis pela mortalidade de cerca de 1,5 milhão de crianças no mundo por ano, sendo considerada um problema de Saúde Pública nos países em desenvolvimento. Entre suas causas destacam-se fatores infecciosos e não infecciosos, sendo os vírus os principais causadores de diarreia infecciosa. Diante disso, objetivou-se analisar os dados de diarreia ocasionada por vírus no estado de Pernambuco no ano de 2016 e 2017. Para tal, foi realizado um estudo descritivo, transversal, observacional e quantitativo com a coleta de dados secundários obtidos no GAL (Gerenciador de Ambiente Laboratorial) do LACEN/PE (Laboratório Central de Saúde Pública do Estado de Pernambuco). A detecção dos principais agentes virais causadores de diarreia: Rotavírus, Norovírus, Adenovírs e Astrovírus foi realizada em 1268 amostras de fezes no ano de 2016 e em 1412 no ano 2017 através de um ensaio imunoenzimático comercial. Os dados foram tabulados no programa Excel 2010 e analisados no software SPSS Statistics Bases versão 21.0. Do total de testes realizados no ano de 2016, 9,36% (120 pacientes) apresentaram resultado reagente para pelo menos um tipo viral analisado, já no ano de 2017 esse resultado correspondeu a 10,97% (155 pacientes). Dentre estes, verificou-se que a maioria era do sexo masculino (57,5%) em 2016 e do sexo feminino (57,42) em 2017. As crianças foram as mais acometidas com diarreias virais em ambos os anos, sendo a primeira infância (entre 1 a 3) a com maior prevalência, tendo registrado 40,83% em 2016 e 33,54% dos casos em 2017. Quanto aos tipos de vírus testados em 2016 o Norovírus foi responsável pela maioria dos casos (49,16%), seguido pelo Rotavírus com 33,33%, Adenovírus com 13,33% e por último o Astrovírus com 4,16%. Já no ano de 2017 o Rotavírus foi responsável por 83,87% dos casos de diarreias virais, seguido por Norovírus, com 7,75%, Adenovírus com 5,16% e Astrovírus com 3,22%. Diante disso, pode-se concluir que apesar da incidência de diarreia viral ter se mantido semelhante em ambos os anos, observou-se mudanças no perfil epidemiológico, com variância do sexo mais comum e do número de adolescentes, adultos e idosos acometidos, e do tipo viral mais prevalente. Ademais, ressalta-se a importância da realização de ações que visem à prevenção dessa patologia, reduzindo-se, assim, os índices de morbimortalidade infantil.



Palavras-chaves:  Diarreia infantil, Gastroenterite, Vírus