PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR FEBRE MACULOSA NO BRASIL
JEAN RAMOS SOARES 1, EVA HADASSA CARDOSO DE SOUSA1, EMANUELLA PEREIRA RIBEIRO1, EMANUEL PEREIRA DIAS MOREIRA1, EDYLANA ALVES DE CARVALHO1, BRUNA ARIANY DE SOUSA1, CYNARA CRISTHINA ARAGĂO PEREIRA1
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí
janramos89@gmail.com

Compreendendo o grupo das riquetsioses, a bactéria Rickettsia rickettsi é o agente etiológico da Febre Maculosa das Montanhas Rochosas; no Brasil, conhecida como Febre Maculosa Brasileira (FMB). Tem como principal vetor o carrapato Amblyomma cajennense . A taxa de letalidade nacional por FMB é em torno de 20% a 30%. Desta forma, o objetivo deste estudo foi analisar a mortalidade por febre maculosa no Brasil. Trata-se de pesquisa transversal, quantitativa, descritiva e retrospectiva. O cenário do estudo foi o Brasil, com população aproximada em 208 milhões de habitantes. Possui cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A coleta dos dados foi realizada no Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10, Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Coordenação-Geral de Informação e Análise Epidemiológica (CGIAE/MS); utilizando como variáveis: sexo, faixa etária, raça/cor, meses e estados brasileiros; durante anos de 2008 a 2017. Em todo a série histórica, tiveram 244 óbitos por FMB; a maioria registrada no ano de 2015 (n=46; 18,9%). Em relação ao sexo, o predomínio foi masculino (n=193; 79,1%). No que se refere ao grupo etário, houve mais mortes em população com 50 a 59 anos (n=50; 20,5%). Quanto à raça/cor, a mais notificada por óbito foi a branca (n=160; 65,6%). Em relação aos meses, o maior número de mortes referiu-se a setembro (n=34; 13,93%). Quanto às regiões brasileiras, a Sudeste teve mais óbitos por FMB (n=234; 96,0%): sendo oito óbitos (3,3%) no estado do Espírito Santo; 23 (9,4%) no Rio de Janeiro; 28 (11,5%) em Minas Gerais; e 175 (71,7% óbitos/FMB nacionais) em São Paulo. Já a Sul teve cinco óbitos (2,0%), no Paraná; a Centro-Oeste, dois (0,8%), em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; a Norte, um (0,4%), em Roraima; e, por fim, a região Nordeste teve dois óbitos (0,8%), no estado de Pernambuco, no período analisado. De acordo com a literatura, os Sistemas de Informação em Saúde do SUS merecem atenção no que tange a completitude do preenchimento. Estudos relatam que dentre os fatores envolvidos na epidemiologia da FMB, os ecológicos e climáticos exercem influência sobre o ciclo de vida dos vetores, hospedeiros e reservatórios, influenciando na distribuição da doença. Conclui-se que o perfil epidemiológico dos óbitos por FMB foram, na maioria, de homens, brancos e entre 50 e 59 anos de idade.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Febre Maculosa das Montanhas Rochosas, Mortalidade