DETECÇÃO DE ANTICORPOS DE Leptospira spp. E Brucella abortus EM BOVINOS ABATIDOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
BRUNO VINICIOS SILVA DE ARAÚJO 1, KÊNIA SUÊNIA MEIRA DE ARAÚJO1, CARLOS HENRIQUE DE SOUZA1, ELAINE MARIA SELES DORNELES1, MARCOS BRYAN HEINEMANN1, ANDREY PEREIRA LAGE1, SIDNEI MIYOSHI SAKAMOTO1
1. UFERSA - Universidade Federal Rural do Semiárido
brunovinicios.araujo@hotmail.com

A brucelose e Leptospirose, causadas respectivamente pela Leptospira ssp.e Brucella abortus são caracterizadas por desordem reprodutivas em bovinos, acarretando consideráveis perdas econômicas. Além disso, são importantes zoonoses com forte caráter ocupacional. Deste modo, objetivou-se pesquisar aglutininas anti-Leptospira spp. e anti- Brucella spp. em bovinos de abatedouros públicos no Estado do Rio Grande do Norte. Para isso, foram colhidos durante a linha normal de abate sem nenhuma distinção quanto ao sexo, idade, raça ou local de origem, o sangue de 306 animais no período de dezembro de 2010 a agosto de 2011. O diagnóstico sorológico para infecção por Leptospira spp. foi realizado através do teste de soroaglutinação microscópica (SAM), no Laboratório de Zoonoses Bacteriana da Universidade de São Paulo. O Teste foi realizado com uma coleção de culturas vivas de Leptospira spp. com um representante de cada sorogrupo, totalizando 25 variantes sorológicas: Australis, Bratislava, Autumnalis, Butembo, Castellonis, Bataviae, Canicola, Whitcombi, Cynopteri, Grippotyphosa, Hebdomadis, Copenhageni, Icterohaemorrhagiae, Javanica, Panama, Pomona, Pyrogenes, Hardjo (estirpes Hardjoprajitno e Hardjobovis), Wolffi, Shermani, Tarassovi, Andamana, Patoc e Sentot. A sorologia para brucelose foi realizada através das provas do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) e 2-Mercaptoetanol (2-ME), sendo o primeiro utilizado como teste de triagem e o segundo como teste confirmatório, sendo que três animais foram positivos ao AAT, desses apenas um reagiu positivamente ao 2-ME. Através da SAM foram detectados 189 (61,76%) animais sororreagente para Leptospira spp., sendo o sorovar Hardjo (24,9%) o mais predominante, seguido do Wolffi, Butembo, Icterhaemorrragiae e Hebdomadis que contribuiram com frequências que variaram de 14,8% a 2,6%. Os sorovares Australis, Pomona, Grippotyphosa, Patoc, Canícola, Autumnalis e Sentot foram menos frequentes. Em análise em separado, o sorovar Hadjo apresentou maior ocorrência no período seco do que no chuvoso (p=0,031), indicando transmissão direta entre bovinos; no período de chuva, a infecção por sorovares atípicos para bovinos sugerem a participação de outros animais na cadeia de transmissão, favorecida pelas condições do meio ambiente. Diante do exposto conclui-se que a infecção por Leptospira spp. em bovinos ocorre no semiárido do Rio Grande do Norte e que deve haver estratégias diferentes de prevenção e controle de acordo com a época do ano



Palavras-chaves:  Aglutininas, Doenças infecciosas, Zoonoses.