DETECÇÃO DE ANTICORPOS DE Leptospira spp. E Brucella abortus EM BOVINOS ABATIDOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE |
A brucelose e Leptospirose, causadas respectivamente pela Leptospira ssp.e Brucella abortus são caracterizadas por desordem reprodutivas em bovinos, acarretando consideráveis perdas econômicas. Além disso, são importantes zoonoses com forte caráter ocupacional. Deste modo, objetivou-se pesquisar aglutininas anti-Leptospira spp. e anti- Brucella spp. em bovinos de abatedouros públicos no Estado do Rio Grande do Norte. Para isso, foram colhidos durante a linha normal de abate sem nenhuma distinção quanto ao sexo, idade, raça ou local de origem, o sangue de 306 animais no período de dezembro de 2010 a agosto de 2011. O diagnóstico sorológico para infecção por Leptospira spp. foi realizado através do teste de soroaglutinação microscópica (SAM), no Laboratório de Zoonoses Bacteriana da Universidade de São Paulo. O Teste foi realizado com uma coleção de culturas vivas de Leptospira spp. com um representante de cada sorogrupo, totalizando 25 variantes sorológicas: Australis, Bratislava, Autumnalis, Butembo, Castellonis, Bataviae, Canicola, Whitcombi, Cynopteri, Grippotyphosa, Hebdomadis, Copenhageni, Icterohaemorrhagiae, Javanica, Panama, Pomona, Pyrogenes, Hardjo (estirpes Hardjoprajitno e Hardjobovis), Wolffi, Shermani, Tarassovi, Andamana, Patoc e Sentot. A sorologia para brucelose foi realizada através das provas do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) e 2-Mercaptoetanol (2-ME), sendo o primeiro utilizado como teste de triagem e o segundo como teste confirmatório, sendo que três animais foram positivos ao AAT, desses apenas um reagiu positivamente ao 2-ME. Através da SAM foram detectados 189 (61,76%) animais sororreagente para Leptospira spp., sendo o sorovar Hardjo (24,9%) o mais predominante, seguido do Wolffi, Butembo, Icterhaemorrragiae e Hebdomadis que contribuiram com frequências que variaram de 14,8% a 2,6%. Os sorovares Australis, Pomona, Grippotyphosa, Patoc, Canícola, Autumnalis e Sentot foram menos frequentes. Em análise em separado, o sorovar Hadjo apresentou maior ocorrência no período seco do que no chuvoso (p=0,031), indicando transmissão direta entre bovinos; no período de chuva, a infecção por sorovares atípicos para bovinos sugerem a participação de outros animais na cadeia de transmissão, favorecida pelas condições do meio ambiente. Diante do exposto conclui-se que a infecção por Leptospira spp. em bovinos ocorre no semiárido do Rio Grande do Norte e que deve haver estratégias diferentes de prevenção e controle de acordo com a época do ano |