EPIDEMIOLOGIA DA LEPTOSPIROSE NO ESTADO DO PARÁ |
A leptospirose é uma doença bacteriana aguda, sendo considerada a antropozoonose mais amplamente difundida no mundo, que pode manifestar-se tanto de maneira assintomática, por quadros leves, ou por casos graves que podem levar a morte. O homem pode contaminar-se através do contato direto com a urina de animais infectados ou de forma indireta pela exposição a água ou solos contaminados. Sua ocorrência está relacionada à precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. O objetivo do presente trabalho consistiu em descrever o perfil epidemiológico da leptospirose no Estado do Pará, no período de 2008 a 2017. As informações foram colhidas a partir do banco de dados do Sistema de Informação em Saúde – DATASUS, do Ministério da Saúde e as variáveis estudadas foram: número de casos, número de óbitos, sexo, faixa etária, escolaridade, zona de residência e município. No Estado do Pará foram confirmados 1.240 casos de leptospirose e 144 óbitos, com letalidade de 11,6% no período. Embora não exista predisposição de gênero ou de idade para contrair a infecção, os mais acometidos foram indivíduos do sexo masculino (76,6%) e na faixa etária de 20 a 59 anos (66,3%). Quanto à escolaridade, a maioria dos casos (67,4%) era de pessoas que possuíam até o ensino fundamental completo. A maior concentração dos casos se deu em residentes na área urbana (85%) e a distribuição espacial mostrou que a leptospirose ocorreu em 71 municípios do estado, com destaque para a capital Belém com 553 casos, representando 44,6% do total do estado. Diante das informações epidemiológicas aqui expostas conclui-se que os casos e óbitos de leptospirose no Pará são consideráveis, demonstrando a necessidade de políticas públicas para a melhoria das condições sanitárias e educacional, com consequente prevenção da doença. |