PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES BOTRÓPICOS MODERADOS E GRAVES NO OESTE DO PARÁ EM 2015
HELENA RANGEL ESPER2, DENISE LIMA DE SOUSA2, GABRIEL TAVARES DE OLIVEIRA SILVA2, MARCELO JOSÉ SANCHES DA ROCHA2, BRUNO VINICIOS SILVA DE ARAÚJO 2, KARINE LEÃO MARINHO2
1. UFERSA - Universidade Federal Rural do Semiárido, 2. UEPA - Universidade do Estado do Pará - Campus XII
brunovinicios.araujo@hotmail.com

Bothrops são as serpentes responsáveis pela maioria dos acidentes por animais peçonhentos no Norte do Brasil. Ainda que tenham baixa letalidade, são de grande importância epidemiológica. Deste modo, os autores objetivam traçar o perfil clínico-epidemiológico dos acidentes botrópicos moderados e graves atendidos no Hospital Municipal de Santarém, no Pará, em 2015. Foram analisados 71 prontuários; os dados coletados foram idade, gênero, zona do acidente, região corporal atingida, intervalo de espera para o primeiro atendimento, classificação de gravidade, alta ou óbito, tempo de internação, presença de complicações infecciosas e necessidade de abordagem cirúrgica. Os dados obtidos foram organizados em planilhas, transcritas para Excel®, e posteriormente analisados. Observou-se a ocorrência dos acidentes graves e moderados, no ano de 2015, predominantementeentre homens de 21 a 40 anos, do meio rural, atingidos em membro inferior, principalmente no primeiro semestre, sendo a maioria dos acidentes moderados (76%) em relação aos graves (24%); e notou-se também a ausência de casos de óbito. 52% dos pacientes foram atendidos após 6 horas da picada. 66% dos pacientes evoluíram com infecção secundária e 10% precisaram de abordagem cirúrgica (drenagem e fasciotomia). Os resultados encontrados são compatíveis com levantamentos anteriores já descritos, justificando-se o predomínio do gênero masculino e da faixa etária jovem ao fato de constituírem o grupo ativo no trabalho do campo, um ambiente de risco para exposição às serpentes. Já a demora para o primeiro atendimento pode ser explicada pela precariedade das vias de locomoção e pela distância do local do acidente ao hospital. No entanto, observou-se maior taxa de infecção secundária neste levantamento (66%) em relação a outros estudos (13 a 18%). Optou-se pela não inclusão dos casos leves pela baixa taxa de complicações. Assim, foi observado que o perfil clínico-epidemiológico é semelhante a demais regiões brasileiras, sendo que a maior diferença que o trabalho aponta é a alta taxa de infecção secundária nos casos estudados. Ressaltamos a importância de se investigar o benefício de antibioticoterapia profilática na região, além de estudos que demonstrem a efetividade da dinamização da distribuição de soro, dando mais atenção às áreas de maior incidência do ofidismo, para potencializar os efeitos da soroterapia.



Palavras-chaves:  Bothrops, Ecossistema Amazônico, Mordeduras de Serpentes