VISITAS DOMICILIARES COMO ESTRATÉGIA PARA GARANTIA DE DIREITOS ÀS PESSOAS ACOMETIDAS PELA HANSENÍASE: RELATO DE EXPERIÊNCIA |
A hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae , que acomete pele e nervos periféricos. Possui alta infectividade e baixa patogenicidade, sendo endêmica em alguns países, e no Brasil que encontra-se na 2ª colocação do ranking de incidência global. A doença é marcada por uma história de preconceito e segregação que acomete os doentes até hoje. Diante do exposto, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, núcleo Pernambuco (Morhan - PE) e o Grupo de Pesquisa e Extensão, sobre Cuidados, Práticas Sociais e Direito à Saúde das Populações Vulneráveis (GRUPEV) da Universidade de Pernambuco (UPE), desenvolvem ações de visitas a pacientes e ex-pacientes de hanseníase com o objetivo de identificar as necessidades presentes e promover a busca de direitos e inclusão social. Relatar a experiência de acadêmicas em enfermagem em visitas domiciliares a pacientes e ex-pacientes de hanseníase em Pernambuco. Relato de experiência de atividades extensionistas de estudantes da UPE em visitas realizadas a pacientes e ex-pacientes de hanseníase no período de janeiro a junho de 2018, na Região Metropolitana de Recife e no Município de Carpina, junto a voluntários do Morhan e profissionais de saúde. Foram realizadas 12 visitas, envolvendo 62 participantes ao total, entre eles profissionais de saúde, estudantes da UPE e voluntários do Morhan. As visitas objetivaram identificar as vulnerabilidades pessoais e sociais, elucidar questões relacionadas à doença como transmissão, sinais e sintomas e tratamento, além do ensino do autocuidado e do empoderamento quanto a busca de seus direitos garantidos por lei, combatendo assim o preconceito e estigma ainda recorrentes, e contribuindo para a inclusão social. Percebeu-se que pacientes e seus respectivos familiares, possuíam dúvidas a respeito dos sinais e sintomas, transmissão, tratamento, efeitos do esquema terapêutico e incapacidades causadas pela patologia, além de questões como o autocuidado e direitos garantidos por lei. Dentre as visitas realizadas, 50% dos pacientes possuíam algum tipo de incapacidade, 41,7% abandonaram o tratamento e 8,3% continham sinais de reações hansênicas. A realização de visitas a pacientes e ex-pacientes de hanseníase é importante para o acompanhamento do quadro biopsicossocial do acometido e a prevenção de futuras incapacidades e limitações provocadas pela patologia. direitos; educação em saúde; hanseníase; |