AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E LABORATORIAL DA DOENÇA DE CHAGAS EM ÁREA RURAL DE PAULO AFONSO – BAHIA
HELENA NATHÁLIA SILVA MELO 1, GABRIELA DOS SANTOS FÁVARO BISSI 1, CAROLINE AQUINO DE CARVALHO1, LUMA MIRANDA SOUZA1, YANDRA FLAVIANA SIQUEIRA DE SOUZA1, CATERINE REIS CALDEIRA1, FELIPE ESDRAS REIS CARDOSO1, RAFAEL DE SOUZA BEZERRA1, DIOGO VILAR DA FONSECA1, MATHEUS RODRIGUES LOPES1, JOÃO TITO VASCONCELOS SANTANA1, ANEKECIA LAURO DA SILVA1
1. UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco
J.titovsl@gmail.com

A doença de Chagas, grave problema de saúde pública, acarreta elevada mortalidade e morbidade, afetando cerca de 6 a 7 milhões de pessoas por todo o mundo. O município de Paulo Afonso/Bahia está localizado em uma região de clima tropical semi-árido, sendo este propenso ao desenvolvimento de várias doenças negligenciadas, inclusive a doença de Chagas. A cidade já desfruta de uma Unidade de Controle de Zoonoses além de Postos de Informação de Triatomíneos, envolvidos na vigilância entomológica dessa parasitose. Nesse cenário, esse trabalho teve por objetivo desenvolver uma pesquisa soroepidemiológica da doença de Chagas em residentes de Malhada Grande, comunidade rural pertencente ao município de Paulo Afonso através de um estudo transversal com 190 participantes no período de agosto de 2017 a maio de 2018. Fichas epidemiológicas foram aplicadas a fim de avaliar dados sobre idade, profissão e nível de escolaridade.  Em seguida, todos participaram de palestras e encaminhados para análise sorológica por hemaglutinação indireta e ELISA. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, CAAE: 71856917.2.0000.5196. Todas as sorologias apresentaram resultado negativo para a doença de Chagas. Com relação aos dados epidemiológicos, é notória a grande quantidade de pessoas sem escolaridade (136/71,57%). Nesse estudo, grande parte dos indivíduos sempre residiu em Malhada Grande (170/89,47%). No entanto, alguns indivíduos já moraram em áreas urbanas (12/6,31%) e até os dias atuais, apresentam os dois tipos de cenários, de acordo com as suas necessidades diárias (7/3,68%), ressaltando que a maioria deles possui residência fixa nessa comunidade (142/74,73%). Dados da literatura sempre indicavam a presença dos barbeiros em casas de taipa. Entretanto, informações atuais ressaltam a adaptação desses vetores em locais de alvenaria. Nessa perspectiva, foi possível observar que a taxa de casas de alvenaria (176/92,63%) em Malhada Grande é maior do que as casas de taipa (13/6,84%) e dados do próprio município relatam constantemente a busca ativa e passiva desses vetores em grande parte das casas de alvenaria, indicando que essa adaptação é notória e real. Além disso, a maioria desses residentes conhece e já tiveram contato com o vetor (159/83,68%). Nesse sentido, foi possível concluir que a população em estudo reside em um ambiente propício ao desenvolvimento da parasitose, embora todos os analisados não estejam infectados com a doença de Chagas até o momento.



Palavras-chaves:  Diagnóstico, Doença de Chagas, Estudos Soroepidemiológicos