A proteína Pvs25 (Plasmodium vivax ookinete surface protein) é altamente conservada entre isolados de cinco regiões diferentes da Amazônia Brasileira.
LANA BITENCOURT CHAVES 1, DAIANA DE SOUZA PERCE DA SILVA1, RICARDO LUIZ DANTAS MACHADO1, PAULO RENATO RIVAS TOTINO1, EVELYN KETY PRATT RICCIO1, BARBARA DE OLIVEIRA BAPTISTA1, RODRIGO NUNES RODRIGUES-DA-SILVA1, CLAUDIO TADEU DANIEL RIBEIRO1, DALMA MARIA BANIC1, LILIAN ROSE PRATT-RICCIO1, JOSUÉ DA COSTA LIMA-JUNIOR1
1. FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz, 2. (IEC/MS/SVS) - Instituto Evandro Chagas, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde
lana.bitencourt@hotmail.com

A proteína denominada Pvs25 ( Plasmodium vivax Ookinete Surface Protein) é considerada uma das principais candidatas à vacina bloqueadora de transmissão de malária. Esta proteína é essencial para a sobrevivência de oocinetos no intestino médio do mosquito, subsequente penetração no epitélio do intestino médio e transformação em oocisto. No entanto, sabe-se pouco sobre o polimorfismo de proteínas em áreas endêmicas da América do Sul. Desta forma, investigamos o polimorfismo genético da pvs25 em 98 isolados de cinco diferentes regiões da Amazônia Brasileira (Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Guajará, Manaus e Oiapoque) e o seu impacto na antigenicidade dos epítopos de células B preditos. Todas as sequências gênicas dos isolados foram sequenciadas e alinhadas para análise. Comparando com a sequência de referência Sal-1 (AF083502), foi encontrada apenas uma substituição não sinônima entre os 657 pb das amostras sequenciadas. A substituição do aminoácido Q87K, que representa a troca de Gln por Lys, na posição 87 (domínio II), foi identificada com uma frequência de 37,8% nos isolados da população. Além disso, esta substituição Q87K estava presente em todos os locais estudados. Dentre eles, Cruzeiro do Sul apresentou essa substituição em quase metade dos isolados, com uma frequência de 48,4%, bem como uma expressiva frequência de 40,5% em Manaus. Enquanto em todos os outros locais em Mâncio Lima, Guajará e Oiapoque tiveram resultados semelhantes. Em comparação com os isolados de outros países do mundo, essa mutação já havia sido relatada, mas nenhum estudo havia sido publicado com isolados de diferentes regiões da Amazônia Brasileira, áreas endêmicas de malária. Além disso, também observamos que as mutações não sinônimas encontradas na pvs25 não apresentaram alterações significativas no epítopo de células B indicado por nossa predição. Em suma, nossos dados sugerem que o gene pvs25 é conservado entre isolados de diferentes regiões geográficas, o que é uma característica importante a considerar na avaliação de seu potencial como candidata à vacina que cubra todas as áreas endêmicas de P. vivax .



Palavras-chaves:  Plasmodium vivax , Polimorfismos genéticos, Pvs25