CARACTERÍSTICA DA RESPOSTA IMUNE NA HANSENÍASE TUBERCULÓIDE E VIRCHOWIANA |
Introdução. A hanseníase, também conhecida como lepra , é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica, que tem como agente etiológico a bactéria Mycobacterium leprae . A resposta imune é de fundamental importância para a defesa do organismo frente à exposição ao bacilo. Desta forma, existe diferentes formas clínicas: Indeterminada, Tuberculóide, Virchowiana e Dimorfa. Objetivo. O presente estudo propõe pontuar as características da resposta imunológica a hanseníase tuberculóide e virchowiana. Desenho de Estudo. Foi realizado um estudo baseado em revisão de literatura. Métodos. Foi elaborada uma pesquisa de literatura envolvendo estudos publicados de 2010 a 2017, indexados nas bases de dados SciELO, Lilacs e PUBMED. Resultados. Durante o processo de infecção na forma tuberculóide, foi observado o predomínio de células T CD4+ do perfil Th1 e citocinas, como IL-2 e IFN-gama. Foi evidenciado um aumento na produção de citocinas IL-1 e TNF-alfa que dificultam a multiplicação bacilar, mas que podem ocasionar lesões cutâneas e neurais. Já na forma virchowiana foi demonstrado o predomínio de células T CD8+ e citocinas do perfil Th2, como IL-4, IL-5 e IL-10. As evidências atuais apontam, que a reposta imunológica mediada pelos linfócitos Th2, é o principal fator de inibição e supressão da resposta imune celular, resultando em uma resposta imune humoral ineficaz e na formação do granuloma. Discussão. Alguns estudos relataram a distinção entre a resposta imune humoral na hanseníase tuberculóide e virchowiana, onde na tuberculóide há baixos ou indetectáveis níveis de anticorpos contra o glicolipídio fenólico (PGL1), antígeno da parede celular do M. leprae , promovendo uma defesa imunológica ineficaz, tornando o paciente mais susceptível ao patógeno. Entretanto, na forma virchowiana é evidenciado altos títulos dos anticorpos IgM, IgG ou IgE contra o PGL-1, porém, a alta concentração desses anticorpos não implica em proteção contra os bacilos, ocasionando o agravamento da doença. Conclusão. A análise dos aspectos imunopatológicos das diferentes formas clínicas de hanseníase são fundamentais para um bom prognóstico e tratamento da doença, pois as diferentes características clínicas estão relacionadas com a resposta imunológica do indivíduo. |