Perfil Epidemiológico dos Casos de Esquistossomose Mansônica no Estado da Bahia.
JOICE DA SILVA SANTOS 1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE1, DYALLE COSTA E SILVA 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, PRISCILA SOARES GARCIA 1, VICTOR XAVIER DA SILVA 1
1. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Curso de Medicina.
joices.medicina@gmail.com

A esquistossomose mansônica (EM) é uma doença parasitária que foi introduzida no Brasil por meio do tráfico de escravos. Tem como agente etiológico o Shistosoma mansoni e como hospedeiro intermediário, na América, o caramujo de água doce Biomphalaria glabrata . O homem infectado pode eliminar ovos viáveis por até 20 anos. A doença possui formas agudas – assintomáticas e sintomáticas – e formas crônicas de acordo com o órgão mais acometido. É considerada um problema de saúde pública, sendo endêmica no território nacional, principalmente na região Nordeste. Objetivou-se descrever o perfil epidemiológico dos casos confirmados de EM no estado da Bahia, no período de 2010 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, de abordagem quantitativa, cuja fonte de dados é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Dentre a região nordeste, o estado da Bahia é o de maior notificação da EM: 5.503 casos, seguido do estado de Pernambuco. Para o período analisado, houve um pico de notificação em 2014, com 15,33% dos casos, porém verificou-se uma estabilidade no número de notificações entre os anos. A região de saúde de Itabuna (sul do estado) concentrou 33,4% dos casos. Do total de casos, 54,04% ocorreram no sexo masculino, 64,56% na raça/cor parda, 61,69% em zona de residência urbana, 36,43% na faixa etária de 20-39 anos e 23,96% em analfabetos e pessoas com 1ª a 4ª séries incompletas do ensino fundamental. Quanto à evolução da doença, houve cura em 43,01% dos casos, não cura em 0,9%, óbito por EM em 0,36%, óbito por outras causas em 0,16%; contudo, em 53,53% dos casos a evolução foi ignorada/em branco. O perfil epidemiológico encontrado revela que a EM é endêmica no estado da Bahia, já estabelecida em zonas urbanas. A população masculina e de baixo nível escolar pode ter maior exposição ao contato com reservas de água contaminadas pelo parasita e piores condições de saneamento básico. A EM impacta a faixa etária economicamente ativa. Mesmo com baixa nível de letalidade, é imprescindível o tratamento dos doentes de forma que o ciclo de transmissão da doença seja interrompido. Ainda é necessário ampliar as políticas de saneamento básico do estado e reforçar aos profissionais de saúde a importância do correto preenchimento das fichas de notificação.



Palavras-chaves:  Doenças Parasitárias, Epidemiologia, Esquistossomose Mansônica, Saúde Pública