Hepatite B: Epidemiologia das Internações Hospitalares no Estado da Bahia |
A hepatite B é uma infecção viral e constitui um grave problema de saúde pública. Pode ser transmitida através de contato sexual e de secreções humanas, como transfusão de sangue infectado, contato sexual, transplante de órgãos, hemodiálise, seringas ou agulhas mal esterilizadas, transmissão vertical e manipulações dentárias, médicas ou tatuagens com material infectado. O quadro clínico é variável: a infecção persistente resulta em cronicidade, podendo evoluir para cirrose, insuficiência hepática fulminante e carcinoma hepatocelular. Em 90% a 95% dos casos, a infecção evolui para a cura. Objetivou-se descrever as internações hospitalares por hepatite B no Estado da Bahia, através da lista de morbidade do CID-10 (B18), no período de 2010 a 2017, quanto aos custos de hospitalização, características sociodemográficas e mortalidade. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS) do Ministério da Saúde, tabulados em gráficos e tabelas no programa Microsoft Excel 2016. Foram registradas 633 internações por hepatite B no estado da Bahia, com redução de 90,94% de 2010 para 2017. O valor médio de internamento foi de R$ 1.199,98, com o valor total de R$ 759 mil. O tempo médio de permanência hospitalar foi de 20,6 dias, 96,20% tiveram caráter de urgência e a taxa de mortalidade foi de 20,06 óbitos/100 internações. O sexo masculino correspondeu a 72,82% dos casos e 41,86% dos registros foram ignorados quanto à raça/cor. A faixa etária predominante foi 40-49 anos (23,53%), seguida de 50-59 anos (22,43%) e 60-69 anos (20,69%). O perfil epidemiológico dos pacientes infectados pelo vírus da hepatite B corrobora com os dados encontrados na literatura, sendo predominante no sexo masculino provavelmente devido a fatores comportamentais e na faixa etária acima de 40 anos possivelmente devido ao maior tempo de exposição. Ressalta-se a importância da vigilância epidemiológica dessa doença na Bahia, garantindo o estabelecimento de propostas adequadas de prevenção e rastreamento, como vacinação e aconselhamento pré-natal e nos grupos de risco. |