Leishmaniose Tegumentar Americana: Perfil Clínico-Epidemiológico dos Casos no Estado da Bahia.
PRISCILA SOARES GARCIA 1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE 1, DYALLE COSTA E SILVA 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA1, VICTOR XAVIER DA SILVA 1, RENATA DÓREA LEAL TEIXEIRA 1
1. LADERM-UEFS - Liga Acadêmica de Dermatologia, Curso de Medicina, Universidade Estadual de Feira de Santana, 2. LADERM - UEFS - Orientadora da Liga de Dermatologia, Professora do Curso de Medicina, Universidade Estadual de Feira de Santana
prisciilasoaress@hotmail.com

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, que acomete pele e mucosas de nariz, boca, faringe e laringe. Possui como agente etiológico protozoários do gênero Leishmania , transmitidos por mosquitos flebotomíneos.  A forma clínica cutânea localizada se manifesta por úlcera arredondada, de base eritematosa, com bordas elevadas bem delimitadas e fundo avermelhado. A forma mucosa se caracteriza por lesões destrutivas, ocorrendo por disseminação hematogênica das leishmânias inoculadas na pele para as mucosas das vias aéreas superiores. Objetivou-se descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos notificados confirmados da LTA no estado da Bahia no período de 2008 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram notificados 32.625 casos no período. De 2008 a 2016 houve redução de 41,46% no número de casos. Porém, em 2017 foi registrado um aumento de 43,75% no número de casos em relação ao ano anterior. O município de Presidente Tancredo Neves registrou 26,88% dos casos totais do estado. Quanto ao perfil dos casos, 59,82% ocorreram no sexo masculino, 59,23% na raça/cor parda, 32,62% na faixa etária de 20-39 anos, 29,38% na escolaridade da 1ª a 4ª série do ensino fundamental e 78,4% ocorreram em zona de residência rural. O critério de confirmação dos casos foi clínico-laboratorial em 71,36% dos casos. Quanto à forma clínica, 96,65% dos casos foram cutâneos e 3,31% foram mucosos. A evolução foi cura em 62,21% dos casos, óbitos por LTA em 0,064% e em 1,58% dos casos foi registrado abandono. A evolução foi ignorada/em branco em 33,87% dos registros. Mesmo constatando-se redução dos casos a cada ano, a LTA ainda é problema de saúde pública no estado da Bahia, principalmente ao sul do estado, no município de Presidente Tancredo Neves. A doença atinge principalmente homens pardos, de baixa escolaridade, moradores de zona rural e em faixa etária economicamente produtiva. Embora a LTA não promova grande letalidade, é necessário reforçar políticas de combate ao inseto vetor e seguimento do tratamento dos pacientes para diminuir a incidência da doença, futuras deformações e incapacidades.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Leishmaniose Tegumentar Americana, Saúde Pública