Meningites: Perfil Clínico-Epidemiológico dos Casos na Região Nordeste do Brasil.
PRISCILA SOARES GARCIA 1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE 1, DYALLE COSTA E SILVA 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, VICTOR XAVIER DA SILVA 1
1. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Curso de Medicina.
prisciilasoaress@hotmail.com

A meningite é um processo inflamatório das membranas leptomeníngeas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. Pode ser causada por bactérias, vírus, protozoários, helmintos ou traumas. Apresenta amplo espectro clínico, que varia desde febre transitória e bacteremia oculta até formas fulminantes, com a morte do paciente em poucas horas após o início dos sintomas. A transmissão se dá pelo contato pessoa a pessoa, através de secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes. Objetivou-se descrever o perfil epidemiológico dos casos confirmados de meningite na região nordeste do Brasil entre os anos de 2007 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram notificados 44.003 casos de meningites, com redução de 71,1% no número de casos para o período. Os estados de Pernambuco e Bahia totalizaram 36,12% e 30,09% dos casos respectivamente. O sexo masculino representou 69% dos casos e a raça/cor parda 59%. As faixas etárias de 1 a 9 anos e dos 20 aos 39 anos foram as mais acometidas, com 37% e 19,7% respectivamente. Cerca de 85% dos casos ocorreram em zona de residência urbana. Em relação a etiologia, a viral foi a mais frequente (47,81%), seguida da não especificada (19,27%) e da bacteriana (13,66%). O critério de confirmação quimiocitológico foi empregado em 68,45%, seguido do critério clínico (10,41%) e da cultura (9,54%). As meningites meningocócicas e a meningococcemia representaram 8,54% dos casos. Dentre estas, o sorogrupo C foi responsável por 30,93%. Do total de casos, 84,31% evoluíram para cura, porém 8,45% foram a óbito por meningite. As maiores taxas de mortalidade foram representadas pela meningococcemia (38,29%) e pela meningite por Streptococcus pneumoniae (25,48%). Apesar da grande redução no número de casos a cada ano, as meningites ainda apresentam alta frequência e mortalidade na região Nordeste do Brasil. É necessário reforçar a imunização ativa especialmente na população com perfil aqui descrito e quanto à vacina anti-pneumocócica, agente etiológico de maior letalidade. Ademais, é fundamental estimular cursos de atualização para profissionais de saúde com objetivo de reduzir as taxas de subnotificação.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Letalidade, Meningite, Saúde Pública