Leptospirose: Perfil Epidemiológico no Estado da Bahia. |
A Leptospirose é uma zoonose de importância mundial, causada por bactérias do gênero Leptospira e transmitida pelo contato com urina de animais infectados ou água e lama contaminadas. A penetração do organismo ocorre através da pele com lesões, pele íntegra quando imersa em água por longo período ou por mucosas. Clinicamente se expressa por febre abrupta. O espectro da doença varia desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros graves, com manifestações fulminantes. No Brasil, sua incidência se relaciona com populações que vivem em aglomerações urbanas, deficiência sanitária, infestações de roedores, estações chuvosas e inundações. Objetivou-se analisar o perfil epidemiológico dos casos confirmados de leptospirose no estado da Bahia durante 2007 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram notificados 1.412 casos no período. O ano de 2010 correspondeu por 14,23% dos casos; após este ano se percebeu uma tendência de redução do número de casos a cada ano. Os meses de março a agosto concentraram 61,40% dos casos. A capital Salvador correspondeu por 68,35% dos casos. A leptospirose predominou no sexo masculino (81,37%), na faixa etária de 20 a 29 anos (42,28%), na escolaridade da 5ª a 8ª séries incompletas do ensino fundamental II (14,09%), na raça/cor parda (54,81%) e em residentes de zona urbana (61,05%). A evolução ocorreu para cura em 75,92%, com taxa de letalidade de 14,09%. Dos casos que evoluíram para cura, 72,1% foram confirmados por testes laboratoriais, enquanto que nos óbitos essa forma de confirmação correspondeu por 56,28% dos casos. A taxa de letalidade no estado da Bahia é superior à letalidade média nacional (10,8%). Os meses de maior ocorrência do agravo correspondem aos meses de maior pluviosidade no estado. Há necessidade de ampliar os métodos diagnósticos e a infraestrutura sanitária, de forma a permitir o diagnóstico precoce e reduzir a ocorrência deste agravo. |