AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE CONTRA A PVTRAP (THROMBOSPONDIN-RELATED ADHESIVE PROTEIN) EM INDIVÍDUOS NATURALMENTE EXPOSTOS A MALÁRIA |
Introdução: A proteína de adesão relacionada à trombospondina (TRAP) é um dos principais antígenos de esporozoítos. Desempenha um papel importante na invasão de esporozoítos nas glândulas salivares de mosquitos e hepatócitos do hospedeiro vertebrado. A TRAP vem apresentando resultados promissores como candidata vacinal contra o P. falciparum , contudo, ainda não existem estudos que avaliem a resposta imune naturalmente adquirida da PvTRAP em áreas endêmicas brasileiras. Objetivo: Caracterizar a resposta imune humoral frente à PvTRAP em indivíduos naturalmente expostos à infecção e avaliar a sua eventual relação desta com indicativos de exposição e proteção na população de estudo. Métodos: 299 indivíduos provenientes dos municípios de Cruzeiro do Sul (AC), Mâncio Lima (AC) e Guajará (AM) foram incluídos no estudo. Após a coleta de dados epidemiológicos, demográficos e diagnóstico (parasitológico e molecular), as amostras de plasma foram utilizadas para a avaliação da reatividade de anticorpos (IgG e subclasses) frente a PvTRAP por ELISA. Resultados preliminares : A população de estudo é naturalmente exposta a malária e o P. vivax foi a espécie prevalente nas áreas estudadas, onde 81% dos indivíduos reportaram ao menos um episódio de malária por P. vivax durante a vida e 25,7% (n=77) foram diagnosticados com P. vivax no momento da coleta. Em relação a resposta humoral, a PvTRAP foi reconhecida por anticorpos IgG de 49% dos indivíduos. Os índices de reatividade nos respondedores apresentaram correlação direta com o tempo de exposição (Idade: p<0,012 e tempo de residência em área endêmica: p=0,017), sugerindo um efeito cumulativo da exposição na resposta humoral específica. Acerca do perfil de subclasses de IgG, observamos uma prevalência dos anticorpos citofílicos IgG1 (66%) quando comparada as demais subclasses de anticorpos IgG2 (44%, p<0,0001), IgG3 (49%, p<0,0001) e IgG4 (16%, p<0,0001). Entretanto, em relação a indicativos de proteção mediada pela resposta PvTRAP específica, observamos apenas que indivíduos IgG3-positivos apresentaram um maior tempo passado desde o último episódio de malária. Conclusão: Os nossos dados confirmam que a PvTRAP é naturalmente imunogênica em populações expostas a malária e os níveis de anticorpos IgG estão associados a exposição. Todavia, estudos ainda são necessários para verificar a funcionalidade destes anticorpos e sua participação na imunidade protetora contra o P. vivax. |