AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE CONTRA A PVTRAP (THROMBOSPONDIN-RELATED ADHESIVE PROTEIN) EM INDIVÍDUOS NATURALMENTE EXPOSTOS A MALÁRIA
ADA DA SILVA MATOS 1, RODRIGO NUNES RODRIGUES DA SILVA 1, ISABELA FERREIRA SOARES1, BARBARA DE OLIVEIRA BAPTISTA1, PAULO RENATO RIVAS TOTINO1, MARCELO URBANO FERREIRA1, RODRIGO MEDEIROS DE SOUZA1, LANA BITENCOURT CHAVES1, CLAUDIO TADEU DANIEL-RIBEIRO1, CESAR LOPEZ CAMACHO1, ARTURO REYES-SANDOVAL1, LILIAN ROSE PRATT RICCIO1, JOSUÉ DA COSTA LIMA JUNIOR1
1. FIOCRUZ/IOC - Fundação Instituto Oswaldo Cruz , 2. FIOCRUZ/BIOMANGUINHOS - Biomanguinhos, 3. THE JENNER INSTITUTE – OXFORD UNIVERSITY - The Jenner Institute – Oxford University, 4. USP - DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA - Universidade de São Paulo – Departamento de Parasitologia, 5. UFAC - Universidade Federal do Acre
adamatos.sm@gmail.com

Introdução: A proteína de adesão relacionada à trombospondina (TRAP) é um dos principais antígenos de esporozoítos. Desempenha um papel importante na invasão de esporozoítos nas glândulas salivares de mosquitos e hepatócitos do hospedeiro vertebrado. A TRAP vem apresentando resultados promissores como candidata vacinal contra o P. falciparum , contudo, ainda não existem estudos que avaliem a resposta imune naturalmente adquirida da PvTRAP em áreas endêmicas brasileiras. Objetivo: Caracterizar a resposta imune humoral frente à PvTRAP em indivíduos naturalmente expostos à infecção e avaliar a sua eventual relação desta com indicativos de exposição e proteção na população de estudo. Métodos: 299 indivíduos provenientes dos municípios de Cruzeiro do Sul (AC), Mâncio Lima (AC) e Guajará (AM) foram incluídos no estudo. Após a coleta de dados epidemiológicos, demográficos e diagnóstico (parasitológico e molecular), as amostras de plasma foram utilizadas para a avaliação da reatividade de anticorpos (IgG e subclasses) frente a PvTRAP por ELISA. Resultados preliminares : A população de estudo é naturalmente exposta a malária e o P. vivax foi a espécie prevalente nas áreas estudadas, onde 81% dos indivíduos reportaram ao menos um episódio de malária por P. vivax durante a vida e 25,7% (n=77) foram diagnosticados com P. vivax no momento da coleta.   Em relação a resposta humoral, a PvTRAP foi reconhecida por anticorpos IgG de 49% dos indivíduos. Os índices de reatividade nos respondedores apresentaram correlação direta com o tempo de exposição (Idade: p<0,012 e tempo de residência em área endêmica: p=0,017), sugerindo um efeito cumulativo da exposição na resposta humoral específica. Acerca do perfil de subclasses de IgG, observamos uma prevalência dos anticorpos citofílicos IgG1 (66%) quando comparada as demais subclasses de anticorpos IgG2 (44%, p<0,0001), IgG3 (49%, p<0,0001) e IgG4 (16%, p<0,0001). Entretanto, em relação a indicativos de proteção mediada pela resposta PvTRAP específica, observamos apenas que indivíduos IgG3-positivos apresentaram um maior tempo passado desde o último episódio de malária. Conclusão: Os nossos dados confirmam que a PvTRAP é naturalmente imunogênica em populações expostas a malária e os níveis de anticorpos IgG estão associados a exposição. Todavia, estudos ainda são necessários para verificar a funcionalidade destes anticorpos e sua participação na imunidade protetora contra o P. vivax.



Palavras-chaves:  Plasmodium vivax, PvTRAP, Resposta Imune Humoral