CONHECIMENTO, PRÁTICA E PERCEPÇÃO SOBRE A INTERAÇÃO HUMANO-MARSUPIAL NA PROMOÇÃO DA SAÚDE
IANEI DE OLIVEIRA CARNEIRO1,4, NORLAN DE JESUS SANTOS1,4, NAMÁ SANTOS SILVA1,4, PEDRO CERQUEIRA LIMA1,4, ROBERTO MEYER1,4, EDUARDO MARTINS NETTO1,4, FLAVIA DOS SANTOS 1,4, CARLOS ROBERTO FRANKE1,4
1. EMEVZ/UFBA - Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal da Bahia, 2. LABIMUNO/UFBA - Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular, Universidade Federal da Bahia, 3. HUPES/UFBA - Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Universidade Federal da Bahia, 4. UFOB - Centro Multidisciplinar do Campus de Barra, Universidade Federal do Oeste da Bahia
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Aproximadamente 60% dos patógenos emergentes são originados de animais silvestres, sendo os mamíferos os principais hospedeiros. Dentre os marsupiais do gênero Didelphis , os quais são restritos às Américas, as espécies Didelphis aurita e Didelphis albiventris se destacam pela ampla distribuição no Brasil e por atuarem como hospedeiros de diversos patógenos transmissíveis para humanos. A redução dos habtats naturais resultou na adaptação dessas espécies ao ambiente humano. A caça desses animais, por necessidade alimentar ou hábito cultural, intensifica a exposição a patogênos com potencial zoonótico. De novembro a dezembro de 2016, foram aplicados questionários semiestruturados a uma comunidade rural no nordeste do Brasil, abordando conhecimentos, práticas e percepções sobre a interação humano-didelfídeos e a possível exposição a zoonoses. O total de respondentes foi 213. Com base em fotografias das espécies D. albiventris e D. aurita , 91.2% e 78%, respectivamente, foram identificadas pelo nome popular de sariguê. 61% (130/213) acreditam que o sariguê possa transmitir doenças, 4.7% (10/213) declararam que não transmite e 34% (74/213) não souberam responder. O consumo de carne de sariguê foi declarado por 20.2% (43/213), dos quais 58.1% (25/43) admitem a possibilidade de transmissão de doenças por esses animais. Apenas 15.9% (34/213) dos respondentes tinham nível de escolaridade média ou superior. A distribuição destas frequências é discutida de acordo com o nível educacional dos respondentes. Os resultados revelam a necessidade de realizar ações de comunicação em saúde, promovendo o conhecimento da comunidade sobre a possível exposição a patógenos decorrente do consumo desses marsupiais.



Palavras-chaves:  zoonoses, saúde única, gambá, caça, percepção