INFECÇÃO POR CHLAMYDOPHILA PSITTACI EM PSITTACIFORMES MANTIDOS EM DIFERENTES ESTABELECIMENTOS DO ESTADO DA BAHIA
DANIELLE CUSTÓDIO LEAL 1, FLAVIA DOS SANTOS 1, VICTOR HUGO ROCHA MARTINEZ 1, RAFAELA DE SOUSA GONÇALVES 1, TÂNIA DE FREITAS RASO 1, ANTÔNIO EDUARDO ARAÚJO BARBOSA 1, BÁRBARA MARIA PARANÁ DA SILVA SOUZA 1, RICARDO LUSTOSA BRITO1, CARLOS ROBERTO FRANKE 1
1. LIVE/UFBA - Laboratório de Infectologia Veterinária da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal da Bahia , 2. UFOB - Centro Multidisciplinar do Campus de Barra da Universidade Federal do Oeste da Bahia , 3. FMVZ/USP - Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo , 4. CEMAVE/ICMBIO - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres, 5. BIOMOL/UFBA - Laboratório de Biologia Molecular da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal da Bahia
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Aves infectadas com Chlamydophila psittaci ( C. psittaci ) podem ser assintomáticas e alguns fatores favorecem a ocorrência da doença e a disseminação do agente nas secreções nasais e nas fezes, desses animais portadores, o que aumenta o risco de infecção para outras aves e seres humanos suscetíveis. O objetivo do presente estudo foi detectar C. psittaci , por meio da seminested PCR ( sn PCR), em Psittaciformes mantidos em zoológicos, centros de reabilitação de animais silvestres (CETAS), criadouros comerciais e conservacionistas no Estado da Bahia, e identificar possíveis fatores de risco para a ocorrência de clamídia nesses psitacídeos, associados ao manejo geral que os mesmos são submetidos . Dados do questionário epidemiológico, observações in loco e coleta de amostras de suabe de cloaca e da orofaringe de aves para análises por sn PCR foram feitos em dez estabelecimentos diferentes. A ocorrência geral de infecção por C. psittaci foi de 20,1% (58/288). A maior positividade de psitacídeos infectados foi observada em criadouros comerciais 60% (30/50), seguidos por criadouros de conservação 14,3% (5/35), centros de reabilitação 12,8% (18/141) e zoológicos 8% (5/62). As variáveis ​​origem, tempo de vida no estabelecimento e procedimentos utilizados para a entrada de novas aves apresentaram significância estatística pelo teste Qui quadrado (X 2 ), utilizando-se o programa SPSS na versão 19 (IBM, EUA), com nível de significância de 5%. Apesar da boa higiene e baixa densidade de aves em gaiolas, houve maior frequência de infecção por C. psittaci em criadouros comerciais com risco 5,1 vezes maior (IC 95%: 3,3-7,7) para a infecção em comparação aos demais estabelecimentos. Este fato pode ser atribuído à entrada frequente de psitacídeos de diferentes origens e principalmente à deficiência de quarentena adequada. Além desses possíveis fatores, é importante relatar a existência de um mesmo veterinário prestando serviços a ambos os estabelecimentos comerciais e trabalhando também em uma clínica que atende aves doentes, sugerindo assim sua possível participação na disseminação do agente infeccioso. Considerando que os criadouros comerciais fornecem as aves que serão adquiridas pela população em lojas de animais, é essencial estabelecer um melhor manejo nesses estabelecimentos para evitar a disseminação de patógenos e mitigar o risco de zoonoses para os seres humanos.



Palavras-chaves:  Clamidiose, Fatores de riscos, Psitacídeos