EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO DE INCAPACIDADE EM HANSENÍASE
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A hanseníase é uma doença de evolução lenta, infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae que pode ocasionar deformidades e incapacidades físicas ao indivíduo. No Brasil, a taxa de detecção geral foi de 28.761 novos casos de hanseníase por estado no ano de 2015, segundo Programa de Controle da Hanseníase-SES. Objetiva-se relatar a experiência de atividades de educação em saúde de pessoas atingidas pela hanseníase. Tratou-se de um estudo qualitativo, descritivo do tipo relato de experiência. A atividade aconteceu em uma Unidade de Saúde no Cabo de Santo Agostinho- PE, no período de junho de 2018 com participação de 14 pessoas, entre elas 5 acometidas pela Hanseníase de Grupo de Autocuidado-GAC. Foi realizado uma oficina sobre cuidado com as mãos coordenada por uma terapeuta ocupacional e apoiada por estudantes de enfermagem e projeto de extensão da Universidade de Pernambuco. Para nortear a equipe na condução do encontro foi confeccionado 2 cartazes com 14 perguntas acerca do grau de incapacidade do membro superior. Houve debate sobre a importância das mãos com a utilização de perguntas norteadoras nos cartazes como: “Para que servem as mãos? Como cada paciente utiliza mais o membro? Quais as formas de cuidado que um usuário acometido pela hanseníase deve ter? Quais as formas de hidratação?” Em resposta a 2° pergunta alguns afirmaram que usavam para trabalhar, outros para serviços domésticos e um outro para demonstrar afeto. Os usuários queixaram-se que os sintomas mais frequentes eram a dormência e inchaço. Com relação às demais perguntas, as afirmações foram as seguintes: Quatro dos cinco pacientes acometidos pela hanseníase afirmam dormência nas mãos; dois relatam ter o membro em garra; três têm dificuldades de segurar objetos e andar de ônibus em pé, pois não conseguem se segurar; três já queimaram as mãos e quatro pacientes relatam o procedimento para hidratação dos membros superiores. O cuidado com as mãos pode evitar futuras incapacidades; métodos como hidratação e lubrificação, imersão de membros em baldes ou bacias com água em temperatura adequada, bem como uso de luvas de cozinha, favorecem e protegem as condições da pele. As atividades educativas visam melhorar a qualidade de vida do paciente acometido pela hanseníase, estimulando o próprio cuidado. Além de possibilitar aos extensionistas uma visão de integralidade do cuidar das pessoas acometidas pela doença também permite uma percepção dos fatores de risco para patologia. |