PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ÓBITOS POR HIV/AIDS NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL UTILIZANDO DADOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE SAÚDE DO DATASUS |
Introdução: O HIV/aids é um problema de saúde pública por suas complicações e altos custos gerados pela doença. A mortalidade dela no Brasil (BR) tem diminuído devido a assistência de saúde, mas isso difere entre as regiões, tendo o Nordeste (NE) com aumento de óbitos. Objetivo: Identificar a epidemiologia dos óbitos por HIV/aids no NE. Desenho do estudo: É um estudo epidemiológico descritivo com dados de óbitos por HIV/aids no NE obtidos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no período de 2006-2016. Métodos: A coleta de dados foi realizada no DATASUS sobre a epidemiologia dos óbitos na faixa etária de 18-80 anos, de ambos os sexos. Resultados: A quantidade de óbitos por HIV/aids nos estados do NE foram: Paraíba-PB (1.295); Rio Grande do Norte-RN (1.019); Pernambuco-PE (7.305); Alagoas-AL (807); Maranhão-MA (4.916); Sergipe-SE (674) e Piauí-PI (1.012). Neles, cerca de 90% estavam entre 20-60 anos e o sexo masculino com aproximadamente 70%. Na escolaridade, 50-60% com 1-7 anos de estudos e cerca de 20% tanto para sem informação como para 8-11 anos de estudos. Nessas regiões, 60-75% eram pardos, com exceção de PE, com 64,4% amarelos. Em todos os locais, cerca de 70% eram solteiros e em torno de 20% casados. Discussão: Apesar da diminuição da mortalidade por HIV/aids no BR, ela é a quarta principal causa de morte no País, mesmo com os avanços da prevenção e medicamentos. Observa-se em algumas regiões, como no NE, o aumento de óbitos, apesar da redução no Sudeste, Sul e Centro-oeste, podendo resultar da diferença na assistência de saúde oferecida. PE tem a predominância de óbitos, seguido do MA e a maioria das mortes atingem a população economicamente ativa, acometendo mais homens, apesar do aumento de ocorrência em mulheres. Predomina-se a baixa escolaridade indicando a vulnerabilidade deles pela falta de informações e menor acesso à prevenção. Alguns tinham escolaridade ignorada possivelmente pelo preenchimento errôneo do sistema pelos profissionais de saúde. Na maioria, a cor parda predominou com exceção de PE, provavelmente por questões socioculturais de raça. A maior parte eram solteiros, inferindo um comportamento de risco com múltiplos parceiros sem medidas de prevenção. Conclusão: A assistência à saúde dos pacientes HIV/aids não é universal e equitativa no BR, dificultando o acesso ao diagnóstico e, consequentemente, um início tardio do tratamento. Portanto, é essencial ações para a melhoria do suporte à saúde. |