PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ÓBITOS POR HIV/AIDS NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL UTILIZANDO DADOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE SAÚDE DO DATASUS
MARIA EDUARDA VALADARES SANTOS LINS 1, JULIANA FARIAS DE OLIVEIRA1, JÚLIA BORGES DE JESUS1, GABRIELLE GOMES RÊGO1, ANA VICTÓRIA MARIANO DE MATOS1, ASSIANE GABRIELA ANCELES DA ROCHA1, NADJA MARIA JORGE ASANO1, MANUELA BARBOSA DE SOUZA1
1. UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco
dudvaladares@hotmail.com

Introdução: O HIV/aids é um problema de saúde pública por suas complicações e altos custos gerados pela doença. A mortalidade dela no Brasil (BR) tem diminuído devido a assistência de saúde, mas isso difere entre as regiões, tendo o Nordeste (NE) com aumento de óbitos. Objetivo: Identificar a epidemiologia dos óbitos por HIV/aids no NE. Desenho do estudo: É um estudo epidemiológico descritivo com dados de óbitos por HIV/aids no NE obtidos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no período de 2006-2016. Métodos: A coleta de dados foi realizada no DATASUS sobre a epidemiologia dos óbitos na faixa etária de 18-80 anos, de ambos os sexos. Resultados: A quantidade de óbitos por HIV/aids nos estados do NE foram: Paraíba-PB (1.295); Rio Grande do Norte-RN (1.019); Pernambuco-PE (7.305); Alagoas-AL (807); Maranhão-MA (4.916); Sergipe-SE (674) e Piauí-PI (1.012). Neles, cerca de 90% estavam entre 20-60 anos e o sexo masculino com aproximadamente 70%. Na escolaridade, 50-60% com 1-7 anos de estudos e cerca de 20% tanto para sem informação como para 8-11 anos de estudos. Nessas regiões, 60-75% eram pardos, com exceção de PE, com 64,4% amarelos. Em todos os locais, cerca de 70% eram solteiros e em torno de 20% casados. Discussão: Apesar da diminuição da mortalidade por HIV/aids no BR, ela é a quarta principal causa de morte no País, mesmo com os avanços da prevenção e medicamentos. Observa-se em algumas regiões, como no NE, o aumento de óbitos, apesar da redução no Sudeste, Sul e Centro-oeste, podendo resultar da diferença na assistência de saúde oferecida. PE tem a predominância de óbitos, seguido do MA e a maioria das mortes atingem a população economicamente ativa, acometendo mais homens, apesar do aumento de ocorrência em mulheres. Predomina-se a baixa escolaridade indicando a vulnerabilidade deles pela falta de informações e menor acesso à prevenção. Alguns tinham escolaridade ignorada possivelmente pelo preenchimento errôneo do sistema pelos profissionais de saúde. Na maioria, a cor parda predominou com exceção de PE, provavelmente por questões socioculturais de raça. A maior parte eram solteiros, inferindo um comportamento de risco com múltiplos parceiros sem medidas de prevenção. Conclusão: A assistência à saúde dos pacientes HIV/aids não é universal e equitativa no BR, dificultando o acesso ao diagnóstico e, consequentemente, um início tardio do tratamento. Portanto, é essencial ações para a melhoria do suporte à saúde.



Palavras-chaves:  Assistência, HIV/aids, Mortalidade, Nordeste, Saúde