RESISTÊNCIA SECUNDÁRIA DO HIV-1 AOS INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA (ANÁLOGOS E NÃO-ANÁLOGOS DE NUCLEOSÍDEOS) EM INDIVÍDUOS SOB TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL (TARV) NO ESTADO DO MARANHÃO – BRASIL, NOS ANOS DE 2016 E 2017 |
Introdução: Os inibidores de transcriptase reversa análogos e não-análogos à nucleosídeos (ITRN e ITRNN), juntamente com os inibidores de protease (IP), são os medicamentos mais utilizados na terapia antirretroviral (TARV) no Brasil. Desta forma, a vigilância do nível de resistência antirretroviral em pacientes sob TARV é importante para adequar a mesma, quando necessário, e assim evitar a disseminação de resistência, transmissão viral e aumento da morbi-mortalidade. Objetivo: O estudo objetiva determinar a frequência de indivíduos com cepas virais albergando mutações secundárias principais aos ITRN e ITRNN do HIV-1 submetidos à TARV, no estado do Maranhão (Brasil), ano de 2017. Desenho do Estudo: Estudo transversal, descritivo. Métodos: Foram obtidas 113 sequências, correspondentes à região da protease e parte da transcriptase reversa do HIV-1 (posições 2262 – 3290 relativas à cepa de referência HXB2), do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Maranhão (LACEN-MA). As sequências estavam armazenadas no banco de dados do laboratório e foram sequenciadas através da metodologia TRUGENE HIV-1 Genotyping Assay (Siemens Diagnostics) e analisadas quanto à presença de mutações de resistência, através do HIV Drug Resistance Database (www.hivdb.stanford.edu). Resultados: Entre as 113 sequências analisadas do ano de 2017, setenta e duas apresentaram mutações secundárias aos IRTN e/ou ITRNN (n=72/113, 64%). Em relação aos ITRN, as mutações mais frequentes foram: M184V (44.2%), K65R (8.9%) e D67N (6.2%). Para os ITRNN, observaram-se as maiores frequências com as mutações K103N (32.7%), G190A (13.3%) e P225H (12.4%). A M184V está relacionada à resistência para Lamivudina (3TC) e Entricitabina, a K65R com resistência a maioria dos ITRN, enquanto que a D67N causa resistência à Zidovudina. As mutações K103N e G190A estão relacionadas a altos níveis de resistência à Nevirapina (NVP) e Efavirenz (EFV). Discussão: Mutações de resistência aos ITRN e ITRNN são mais comuns que para IP devido a sua menor barreira genética, principalmente para os IRTNN. No estado do Maranhão, observaram-se altos níveis de resistência aos principais IRTNN utilizados na TARV (NVP e EFV). A alta frequência da M184V pode ser atribuída ao largo uso da 3TC. Conclusão: Em pacientes sob tratamento antirretroviral, no estado do Maranhão (Brasil), observou-se uma alta frequência de mutações secundárias aos ITRN e ITRNN. |