RESISTÊNCIA SECUNDÁRIA DO HIV-1 AOS INIBIDORES DA PROTEASE EM INDIVÍDUOS SOB TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL (TARV) NO ESTADO DO MARANHÃO – BRASIL, NOS ANOS DE 2016 E 2017
KLEDOALDO LIMA2, ÉLCIO LEAL2, JESSYCA KALYNNE FARIAS RODRIGUES2, MARTA DE OLIVEIRA BARREIROS2, ALLAN KARDEC DUAILIBE BARROS2, NILVIANE PIRES SILVA SOUSA2, DANIEL COSTA DUARTE2, ANTONIO DANTAS DA SILVA2, AMANDA BEZERRA LEITE2, CLAÚDIA REGINA DE ANDRADE ARRAIS ROSA2
1. UFPE - Departamento de Genética, Centro de Biociências – Universidade Federal de Pernambuco, 2. HC-UFPE - Hospital das Clínicas – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE – Brasil, 3. UFPA - Instituto de Biotecnologia – Universidade Federal do Pará – Belém – PA – Brasil, 4. UFMA - Pós-graduação em Engenharia de Eletricidade – Universidade Federal do Maranhão - São Luís – MA - Brasil, 5. UFMA - Programa de Pós-graduação em Rede Nordeste de Biotecnologia - Universidade Federal do Maranhão - São Luís – MA – Brasil, 6. UNIMED - Laboratório de Bioquímica – Hospital UNIMED – Imperatriz – MA – Brasil
jessyca_kalynne@hotmail.com

Introdução:  A terapia antirretroviral (TARV) tem distribuição universal a todos os indivíduos diagnosticados com a infecção pelo HIV no Brasil, independente da contagem de linfócitos T CD4+. Seus principais benefícios estão nas reduções da morbi-mortalidade, carga viral e da transmissão. Entretanto, nos últimos anos a circulação de cepas resistentes a TARV tem aumentado no Brasil, o que gera preocupação em relação à eficácia terapêutica. Objetivo: O estudo objetiva determinar a frequência de indivíduos com cepas virais albergando mutações secundárias principais aos inibidores de protease (IP) do HIV-1 submetidos à TARV, no estado do Maranhão (Brasil), no ano de 2017. Desenho do Estudo: Estudo transversal, descritivo. Métodos: Foram obtidas 113 sequências, correspondentes à região da protease e parte da transcriptase reversa do HIV-1 (posições 2262 – 3290 relativas à cepa de referência HXB2), do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Maranhão (LACEN-MA). As sequências estavam armazenadas no banco de dados do laboratório e foram sequenciadas através da metodologia TRUGENE HIV-1 Genotyping Assay (Siemens Diagnostics) e analisadas quanto à presença de mutações de resistência, através do HIV Drug Resistance Database (www.hivdb.stanford.edu). Resultados: Entre as 113 sequências analisadas do ano de 2017, dezenove apresentaram mutações secundárias aos IP (n=19/113, 17%). Foram encontradas 23 mutações secundárias diferentes, das quais as mais frequentes foram: M46I (10/19, 53%), V82A (09/19, 47%) e I54V (07/19, 37%). Dessas mais frequentes mutações, a V82A está implicada num alto nível de resistência ao Lopinavir/ritonavir (LPV/r) e diminuída susceptibilidade ao Atazanavir/ritonavir (ATV/r). As mutações secundárias V32I, I54L e I84V, relacionadas ao Darunavir/ritonavir (DRV/r), IP bastante utilizado na TARV, foram detectadas em seis indivíduos, cada uma presente em duas sequências. Discussão: No estado do Maranhão foram detectadas frequências diferentes de mutações secundárias aos IP, em indivíduos sob TARV, do que outros estados do Brasil. As mutações M46I e V82A apresentaram maiores frequências que outros estados da região Nordeste e Sul do país, entretanto a mutação I54V demonstrou igual frequência ao encontrado em pacientes no RS e superior ao encontrado em outros estados do Nordeste. Conclusão: Em pacientes sob tratamento antirretroviral, no estado do Maranhão (Brasil), observou-se uma alta frequência de mutações secundárias aos IP.  



Palavras-chaves:  HIV-1, resistência antirretroviral, genotipagem, epidemiologia molecular