PARACOCCIDIOIDOMICOSE TIPO JUVENIL NA GESTAÇÃO: UM RELATO DE CASO
VICTOR HUGO SOARES PEREIRA 1, JOÃO GABRIEL CALDAS FERNANDES MONTEIRO DE LIMA1, BEATRIZ DE SÁ RODRIGUES ARRAES1, ANA ISABEL VIEIRA FERNANDES1, AMANDA SOUZA FERNANDES1, TIAGO MONTEIRO GOMES1, FRANCISCO BERNARDINO SILVA NETO1, LUCIANA HOLMES SIMÕES1, NILMA MARIA PORTO DE FARIAS CORDEIRO DE MEDEIROS1, CLARISSA BARROS MADRUGA1, SÉFORA DE FREITAS PASCOAL1, ELEANDRO DE ANGELI1, KILMA VIEIRA PINTO SOUZA1
1. UFPB - Universidade Federal da Paraíba, 2. HULW - Hospital Universitário Lauro Wanderley
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A paracoccidioidomicose (PCM) é causada pela inalação das estruturas do fungo Paracoccidioides brasiliensis e é considerada a mais importante infecção fúngica da América Latina. Subdivide-se em duas formas principais: juvenil e crônica. O presente trabalho tem como objetivo apresentar o caso de uma gestante com 19,1 semanas, 16 anos, apresentando linfonodomegalias sem sinais flogísticos, mas dolorosos a palpação. Além disso, apresentava febre, mialgia e perda de peso de 14 kg em 15 dias. Referiu contato com familiares com tuberculose pulmonar. Ao exame, visualizou-se linfoadenomegalia cervical, que também se estendia até região retroauricular e submandibular, além de região axilar, inguinal e poplíteas bilateralmente. Foram observadas lesões papulonodulares na pele em face, cotovelo e membro inferior esquerdos, com umbilicação central e não pruriginosas. O raio-x de tórax demonstrava aumento de área cardíaca e o ecocardiograma confirmou um derrame pericárdico discreto. PPD e hemocultura negativos. Biópsia linfonodal com linfadenite crônica granulomatosa com múltiplas células gigantes fagocitando estruturas fúngicas, compatíveis com PCM, confirmado pela cultura. Iniciou-se tratamento com anfotericina B desoxicolato, contudo devido efeitos colaterais foi substituída por sulfametoxazol-trimetropina até a estabilização do quadro. Na alta hospitalar, foi indicado o esquema especial com anfotericina lipossomal. Retornou à obstetrícia com 37 semanas para parto eutócico. Deu à luz a um RN a termo, PIG e baixo peso. Apresentava-se com melhora clínica e laboratorial considerável, com regressão dos sintomas. Após o parto, a terapêutica foi substituída por Itraconazol, tendo sido contraindicada amamentação em ocasião do uso do medicamento. O caso relatado tem clínica compatível com a forma juvenil da PCM. Até a puberdade ambos os sexos são igualmente afetados, após este período há uma incidência mais baixa em mulheres devido ao efeito protetor dos estrogênios contra o fungo, sendo incomum o acometimento em mulheres em idade fértil, especialmente em gestantes. Torna-se mais grave por se tratar do binômio mãe-feto, apresentando limitações terapêuticas. Contudo, obteve-se regressão dos sintomas maternos, além de sucesso em manter a gestação a termo e o nascimento de um RN, PIG, porém sem sequelas.



Palavras-chaves:  Paracoccidioidomicose, Gravidez, Saúde Pública