AVALIAÇÃO DAS LESÕES NO CÓLON NA INFECÇÃO POR DIFERENTES FORMAS INFECTIVAS DO TRYPANOSOMA CRUZI
FLÁVIA DE SOUZA MARQUES1, THAÍS VIEIRA DE CARVALHO1, THAYS HELENA CHAVES DUARTE1, VIVIANE FLORES XAVIER1, ALINE TONHELA FERRAZ1, IVANA DE CASTRO GOMES1, LUCAS RESENDE DUTRA SOUSA1, TAINARA GOMES RODRIGUES1, WANESSA SERRA PESSOA1, ALINE COELHO DAS MERCÊS1, CLÁUDIA MARTINS CARNEIRO1, PAULA MELO DE ABREU VIEIRA1
1. UFOP - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
flaviasmarques@yahoo.com.br

Com a redução da incidência de casos de doença de Chagas (DC) em países endêmicos por meio de medidas de combate ao vetor, melhoria das moradias e controle dos bancos de sangue, a infecção por formas tripomastigotas sanguíneas ganha importância, devido ao aumento de migrantes chagásicos para países não endêmicos, onde não há controle no banco de sangue e transplante de órgãos. Além disso, trabalhos do nosso grupo de pesquisa já demonstraram que a infecção pelas formas infectivas do Trypanosoma cruzi, tripomastigota metacíclica – TM ou tripomastigota sanguínea – TS acarretam em um distinto perfil imunopatológico no sangue periférico. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar os parâmetros patológicos relacionados às fases aguda e crônica da infecção experimental em camundongos Swiss infectados pelas formas TM e TS da cepa VL-10, no cólon. Foram utilizados 126 camundongos Swiss, machos, divididos em três grupos experimentais: grupo controle não-infectado, grupo infectado com formas TS e grupo infectado com formas TM. Foi avaliado a curva de parasitemia e a taxa de sobrevida; o processo inflamatório e o parasitismo tecidual no cólon. Animais infectados com a forma TS apresentaram pico de parasitemia de 710.000 tripomastigotas/0,1 mL de sangue no 27º dia após infecção (DAI), enquanto que os animais infectados com as formas TM apresentaram níveis parasitêmicos mais elevados (3.406.000 tripomastigotas/0,1 mL de sangue) sendo o dia do pico máximo no 20º DAI. Quanto a taxa de sobrevida, animais infectados com a forma TS apresentaram taxa de sobrevida de 100%, já os animais infectados com formas TM apresentam taxa de sobrevida de 21% no 120° DAI. Animais de ambos os grupos apresentaram presença de processo inflamatório no 14 e 50 DAI quando comparados ao grupo controle. Entretanto, no grupo TS há uma redução do processo inflamatório na fase crônica da doença – 180 DAI, e o mesmo não é observado para os animais do grupo TM. Em relação ao parasitismo tecidual, animais infectados com formas TM apresentaram elevado parasitismo tecidual no 14º e 50º DAI quando comparados aos animais do grupo TS no 7º DAI. Esses resultados indicam que a infecção por formas TM apresenta maior letalidade e é capaz de promover um processo inflamatório mais intenso e prolongado no cólon de animais infectados por essas formas, reforçando a hipótese de que a interação inicial com as diferentes formas infectantes pode influenciar no curso da DC.



Palavras-chaves:  Cólon, Doença de Chagas, Formas infectivas, Trato digestório, Trypanosoma cruzi