FRECHAIS E ESTRUTURA DOS DOMICÍLIOS: MAIS UM DESAFIO PARA O CONTROLE DO Aedes Aegypti NA CIDADE DE FORTALEZA, BRASIL
SUYANNE FREIRE DE MACÊDO 1, FRANCISCO VIEIRA GADELHA 1, KELLYANNE ABREU SILVA1, RENATA BORGES DE VASCONCELOS1, ANDREA CAPRARA 1, JOSÉ WELLINGTON DE OLIVEIRA LIMA1
1. UECE - Universidade Estadual do Ceará, 2. FUNASA - Fundação Nacional de Saúde
suyanneefreire@hotmail.com

INTRODUÇÃO: O domicílio é o principal local de contato entre o Aedes aegypti e o ser humano. A quantidade de acesso para que o mosquito adentre ao domicílio pode influenciar a densidade vetorial e ampliar a exposição dos moradores às doenças como chikungunya, dengue e zika. OBJETIVO: Descrever os acessos para o Aedes aegypti em domicílios de quatro bairros de Fortaleza-CE. DESENHO DO ESTUDO: Estudo transversal, realizado em setembro e outubro de 2017, como parte integrante de uma intervenção comunitária com uma abordagem Eco-Bio-Social multicêntrica (Brasil, Colômbia e México), em andamento (maio/2017 a abril/2020). MÉTODO: Foram selecionadas quatro áreas em bairros que historicamente tiveram alta infestação pelo Aedes aegypti , totalizando 15.559 imóveis. A pesquisa foi realizada em 50% dos domicílios, ocorreu na estação seca e não houve busca por focos. Os dados coletados foram registrados em formulário. RESULTADOS : No primeiro bairro foram encontrados 1574 frechais (viga de sustentação que possibilita uma abertura entre o telhado e a parede) e 6060 outros acessos, tais como, portas, janelas e outras aberturas nas paredes para a entrada de iluminação e ventilação. No segundo bairro identificaram-se 1426 frechais e 4949 acessos externos. No terceiro, 1984 frechais e 5106 acessos externos e no quarto, 1156 frechais e 5639 acessos externos. DISCUSSÃO: Observa-se que nos quatro bairros é expressivo o número de frechais. A presença dessas aberturas em domicílios situados em bairros com baixo percentual de saneamento, infraestrutura insatisfatória e elevada prevalência de dengue e chikungunya sinaliza a vulnerabilidade desses moradores ao adoecimento. CONCLUSÃO: Um número significativo de domicílios apresenta condições que favorece o deslocamento do Aedes aegypti do peridomicílio para o interior das residências e vice-versa. Ressalta-se a necessidade de intervenção intersetorial que transcenda o controle vetorial, pois, nesse cenário é muito difícil bloquear os acessos com o uso de cortinas ou telas impregnadas com inseticidas, por exemplo.



Palavras-chaves:  Aedes, Controle vetorial, Dengue, Febre de Chikungunya, Habitação