PERFIL DA POPULAÇÃO ACOMETIDA POR HANSENÍASE NO BRASIL: NOTIFICAÇÕES DE 2012 A 2016
THAIANE DO CARMO WANDERLEY 1, VIVIANE KARLA NICÁCIO BEZERRA1, RIRISLÂYNE BARBOSA DA SILVA1, MONIKELLY CARMO DA SILVA1, ANA CAROLINE MELO DOS SANTOS1, MARIA ANDRYELLE DOS SANTOS SILVA1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
tata-1703@hotmail.com

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae , com manifestações clínicas dematoneurológicas. No Brasil a hanseníase ainda constitui um problema de saúde pública, sendo o segundo país no mundo com maior número de casos notificados de acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS). Há aproximadamente, cerca de 33 mil novos casos por ano diagnosticados no país, podendo causar limitações físicas e sociais caso não seja diagnosticada e tratada corretamente e em tempo hábil. Entre as doenças infecciosas, a hanseníase é considerada uma das principais causas de incapacidades físicas, em razão do seu potencial de causar lesões neurais. Esta pesquisa teve como por objetivo identificar o número de notificações da Hanseníase no Brasil, no período de 2012 a 2016. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo de análise quantitativa, cujos dados foram coletados no Boletim Epidemiológico volume 49, nº 4 de 2018, disponível no site do Ministério da Saúde. No ano de 2016 foram notificados 25.218 novos casos no Brasil, permanecendo como o segundo país com maior número de casos. No período de 2012 a 2016 foram diagnosticados 151.764 casos novos de hanseníase no país, entre estes, 84.447 casos novos (55,6%) atingiram o sexo masculino. As regiões Centro-Oeste e Norte exibiram as maiores taxas médias de detecção geral nesse período (37,27/100 mil hab.) e (34,26/100 mil hab.) respectivamente. Observou-se q a maior taxa de contaminação é em pessoas do sexo masculino e maiores de 60 anos, cerca de 39,18/ 100 mil habitantes. Nos cinco anos de análise, (95,7% dos casos novos diagnosticados no país declararam sua raça/cor no momento da notificação. Destes, 58,9% corresponderam à raça/ cor parda, 26,8% à branca, 12,8% à preta, 0,9% à amarela e 0,4% à indígena. Assim, considerando-se a definição de população negra como o conjunto de pretos e pardos, observa-se uma detecção mais elevada (71,7%) da doença neste grupo populacional em comparação aos demais. A partir destes dados foi possível enxergar a vulnerabilidade das populações negra e masculina no país, a primeira que está mais relacionada com a desigualdade social, e a segunda pela resistência desse grupo em especifico em frequentar serviços de saúde. Sendo assim, é importante realização de políticas mais voltadas para esses grupos, visando diminuir essas taxas altíssimas dessa patologia que provoca sérias limitações aos indivíduos.



Palavras-chaves:  Vigilância em saúde, Hanseníase, Saúde Pública