INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM USUÁRIOS DE CRACK: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA BRASILEIRA
THAIANE DO CARMO WANDERLEY 1, DENISE MACÊDO DA SILVA1, ANA BEATRIZ AMORIM SALES1, VIVIANE KARLA NICÁCIO BEZERRA1, RIRISLÂYNE BARBOSA DA SILVA1, ANA CAROLINE MELO DOS SANTOS1, ELAINE VIRGÍNIA MARTINS DE SOUZA FIGUEIREDO1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
tata-1703@hotmail.com

O abuso de crack tem sido evidenciado como um grave problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, seu uso tem se expandido, trazendo impactos diretos na saúde dos usuários, como o aumento da exposição as infecções sexualmente transmissíveis. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática sobre as publicações brasileiras que abordam infecções sexualmente transmissíveis em usuários de crack. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática, realizada nas seguintes bases de dados: PubMed/Medline, SciELO e Scopus. A estratégia de busca foi realizada através dos seguintes descritores: Infecções sexualmente transmissíveis, doenças sexualmente transmissíveis, crack, usuários de crack e uso de crack, em associação com o operador booleano AND. Após criteriosa seleção, os artigos foram incorporados ao estudo, sem restrição em relação ao recorte temporal. Foram excluídos artigos que não estavam de acordo com os critérios de inclusão ou em duplicata. Resultados: Foram encontrados 09 artigos publicados, destes, 03 estavam de acordo com os critérios de inclusão e foram selecionados para fazer parte deste estudo. O total de sujeitos analisados foram 669, com idades entre 18 a 40 anos. O sexo masculino foi predominante (74,14%). Considerando-se ainda que, este número poderia ser maior, pois dos três estudos inclusos, dois tinham como sujeitos, exclusivamente, usuários de crack do sexo feminino, sendo um estudo com gestantes e outro com profissionais do sexo.  Tratando-se das infecções sexualmente transmissíveis, os indivíduos relataram comportamentos de risco, tais como sexo desprotegido e múltiplos parceiros. Além disso, esse grupo encontra-se ainda mais vulnerável, por serem vítimas de violência física e sexual, principalmente, quando estão em situação de rua. Foram identificados prevalência de indivíduos com soropositividade para HIV, sífilis, vírus da Hepatite B e C), gonorreia e antecedentes de outras infecções sexualmente transmissíveis. O uso de crack estava em maioria associado ao uso de outras drogas, elevando ainda mais o risco. Conclusão: Foi identificado  elevado risco e vulnerabilidade dos usuários de crack para infecções sexualmente transmissíveis. Observa-se ainda, uma lacuna na literatura científica brasileira a respeita da temática, alertando-se para a necessidade de novos estudos com tal enfoque. Estudos como este são de grande relevância, pois contribuem significativamente para traçar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento dos casos de IST.



Palavras-chaves:  Infecções sexualmente transmissíveis, Crack, Saúde Pública