AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DE DERIVADOS OXADIAZÓLICOS EM CÉLULAS VERO E ATIVIDADE ANTIVIRAL
WILLYENNE MARÍLIA DANTAS 3,1,2, DEIVSON FERREIRA AGUIAR3,1,2, RONALDO NASCIMENTO DE OLIVEIRA3,1,2, LINDOMAR JOSÉ PENA3,1,2
1. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2. FIOCRUZ PE - Instituto Aggeu Magalhães, 3. ESTÁCIO - Centro Universitário Estácio do Recife
dantaswillyenne@gmail.com

O desenvolvimento de substâncias que inibem especificamente atividades virais sem causar danos celulares significativos é um grande desafio. Após a epidemia ocorrida em 2015 pelo vírus Zika, o estudo e combate deste agente tem se destacado nas comunidades científicas nacionais e internacionais. O vírus Zika é da família Flaviviridae , possui genoma de RNA fita simples e é classificado como arbovirose por ser transmitido por mosquitos do gênero Aedes. A maioria dos casos são assintomáticos, mas pode gerar consequências neurológicas graves em fetos (microcefalia) e a síndrome de Guillain-Barré. O vírus pode ser cultivado em vários tipos de células, sendo a Vero (células epiteliais do rim de um macaco verde Africano adulto) a mais comum. Os oxadiazóis possuem atividades biológicas registradas na literatura com destaque para antiasmática, antidiabética, anti-inflamatória, anticâncer, antioxidante e antimicrobiana. A atividade antiviral também  é relatada na literatura, no entanto não há citação para atividade anti-Zika. O objetivo deste trabalho consiste na avaliação citotóxica de derivados oxadiazólicos em células Vero, determinando as concentrações CC 20 e CC 50 das substâncias e a sua atividade contra o vírus Zika. Os compostos foram sintetizados no Laboratório de Síntese de Composto Bioativos – LSCB e enviados para a análise citotóxica e anti-Zika vírus no Instituto Aggeu Magalhães – Fiocruz PE. As estruturas químicas confirmadas por espectroscopia de RMN 1 H e 13 C, e infravermelho. Para o teste citotóxico, os compostos foram diluídos em concentrações entre 800-12,5 µM em meio de cultura DMEM e incubados com células Vero por 5 dias. Utilizando MTT como indicador, após a leitura no espectrofotômetro, o CC 20 e CC 50 foram calculados com o auxílio do programa GraphPad Prisma. Na avaliação pós-infecção, o vírus Zika foi inoculado nas células com MOI 0.1 e após 2 h de incubação, os compostos foram inseridos nas concentrações do CC 20 . Após 5 dias de incubação os sobrenadantes dos poços foram coletados. A verificação da carga viral foi realizada por titulação das amostras. As substâncias apresentaram citotoxicidade entre 447,6-74,1 µM, sendo estes resultados satisfatórios em relação ao CC 20 e CC 50 . A partir destes resultados citotóxicos a inibição do crescimento viral foi avaliada. A atividade biológica anti-Zika vírus está em andamento e esperamos um potencial antiviral destas novas moléculas.



Palavras-chaves:  antiviral, citotoxicidade, oxadiazol, vero, zika