CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DO GENE DA PROTEÍNA DE ENVELOPE (E) DE CEPAS DO VÍRUS DENGUE 1 CEDIDAS PELO INSTITUTO EVANDRO CHAGAS. |
O Vírus da Dengue (DENV) é um arbovírus de RNA do gênero Flavivirus , pertencente à família Flaviviridae , transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti . Esta doença possui quatro sorotipos, o DENV1, DENV2, DENV3 e o DENV4. Sendo que o DENV1 permaneceu com elevados números de notificações, mesmo com a introdução dos vírus Zika e Chikungunya. Este presente estudo se propôs a analisar amostras cedidas pelo biobanco da Seção de Arbovirologia e Febres hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas, com o objetivo de realizar uma caracterização e análise filogenética do DENV1 no Brasil no período de 2014 a 2017, buscando respostas da relação entre os marcadores de virulência da proteína E e a patogênese viral, incluindo a identificação de possíveis alterações nucleotídicas. Trata-se de um estudo exploratório com abordagem qualitativa. Para esse estudo foram utilizadas amostras de soro positivas para DENV1, posteriormente foi realizada a extração do RNA viral e a PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para transformar o RNA em cDNA e amplificar o material genético. As amostras viáveis foram selecionadas para purificação do cDNA e sequenciamento automático, pelo emprego do método de terminação de cadeia por didesoxirribonucleotídeos marcados com substâncias fluorescentes. Para a alinhamento múltiplo de nucleotídeos e aminoácidos utilizou-se o pacote de programas Unipro UGENE v. 1.19.0, e para a análise filogenética os programas Mega 7.0 e PAUP 4.0b.10. Foram analisadas e obtidas sequências de 11 amostras de DENV1, que foram comparadas entre si e com outras 20 sequências da América do Sul e 1 (uma) sequência externa de DENV3 disponíveis no GenBank. Com os resultados foi possível verificar que todas as sequências pertenciam a linhagem V do DENV1, e que duas sequências apresentaram mutações bem significativas, se comparadas com as amostras analisadas e com as que estão presente no GenBank. Neste estudo foi possível verificar, comparando com outros estudos, que a linhagem V ainda é muito prevalente na região norte do Brasil, e que cepas mais recentes dos anos de 2015 e 2016 apresentaram significativas alterações de caráter bioquímico não sinônimo. Portanto, estudos como este são relevantes para a saúde publica, visto que as alterações bioquímicas encontradas no presente estudo, podem influenciar diretamente na virulência do sorotipo dengue 1. |