FATORES SOCIOAMBIENTAIS E CLÍNICOS DA ESQUISTOSSOMOSE MANSONI NA ZONA DA MATA DE PERNAMBUCO
CLAUDINELLY YARA BRAZ DOS SANTOS2, ALINE VIEIRA DA SILVA2, LETICIA MOURA DE VASCONCELOS 2, ILANA BRITO FERRAZ DE SOUZA2, ANTONIO JOSE DE VASCONCELOS NETO2, TAYNAN DA SILVA CONSTANTINO2, PAULA CAROLINA VALENÇA SILVA2
1. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 2. UFPE - CAV - Universidade Federal de Pernambuco
leticiamv@live.com

A Esquistossomose Mansoni (EM) é doença causada pelo Schistosoma mansoni. Esta uma enfermidade é endêmica na Zona da mata de Pernambuco. Diversos fatores sociais e ambientais estão relacionados com sua manutenção nessa mesorregião. Diante disso, o objetivo deste estudo foi realizar o levantamento de fatores socioambientais e clínicos relacionados com a EM em pacientes residentes e/ou procedentes da Zona da Mata de Pernambuco. Neste estudo transversal foram arrolados 199 indivíduos com esquistossomose provenientes da zona da mata , a coleta de dados ocorreu durante as consultas no ambulatório de Esquistossomose do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco no período de fevereiro de 2016 a dezembro de 2016. Foram realizadas análises descritivas dos dados através do software EpiInfo versão 7, considerando o nível significância do valor de p< 0,05. De acordo com a análise dos dados observou-se que a idade média foi de 52 anos, com predominância da doença em indivíduos do sexo feminino (66,3%), os dados demonstraram que uma parte significativa dos entrevistados era de trabalhadores rurais (16,79%) ou domésticas (35,11%). Observou-se que houve uma possível migração da zona rural para zona urbana devido aos seguintes dados: 78,63% dos Hepatoesplênicos e 60,29% dos Hepatoinstestinais eram procedentes da zona rural dos municípios de naturalidade enquanto no município de procedência 80,92% dos Hepatoesplênicos e 50% dos Hepatoinstestinais localidade urbana. Nas localidades de naturalidade observou-se carência no serviço de água encanada, uma vez 90% pacientes utilizavam a água do rio, 94,44% não tinham esgoto encanado no local de naturalidade. No local de procedência, 64,41% dos participantes apresentavam abastecimento de água feito por rede pública e 97% dos participantes do afirmaram possuir abastecimento de água por rede pública no local de procedência. Este estudo mostrou que a EM é uma doença importante na Zona da Mata, entretanto, notou-se que a concepção da EM como doença rural não pode ser reafirmada, uma vez que os indivíduos infectados foram encontrados atualmente nas zonas urbanas das cidades em que residem. Fatores como movimentos migratórios de pessoas provenientes de regiões endêmicas e precariedade do saneamento ambiental e domiciliar que como visto nos resultados sobre as variáveis ambientais, são potenciais mantenedores de casos de EM.



Palavras-chaves:  Hepatoesplênico, Hepatointestinal, Schistosoma Mansoni