CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DA HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES
ADRIELLE RODRIGUES DOS SANTOS 1, JACYANE DA SILVA MENDES1, JEANE MARIA RIBEIRO DE MELO1, ANA LUISA ANTUNES GONÇALVES GUERRA1
1. IMIP - Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, 2. HDH - Hospital Dom Hélder Câmara
adriellers@hotmail.com

A meta da Organização Mundial de Saúde é reduzir a um caso de hanseníase para cada dez mil habitantes. No nordeste brasileiro além de endemia existe diagnóstico tardio. Nesse contexto, buscou-se caracterizar o perfil epidemiológico da hanseníase no Município de Jaboatão dos Guararapes/PE no período de 2001 a 2015. Realizou-se um e studo epidemiológico observacional do tipo descritivo com abordagem quantitativa. Dados foram coletados em fevereiro de 2018 mediante consulta ao Sistema de Informação de Agravo de Notificação a partir do banco de dados vinculado ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foram incluídos casos novos referentes a ambos os sexos e qualquer faixa etária e excluídos os provenientes de transferências de outros municípios. Foram notificados 4.283 casos. A taxa de prevalência é de 0,4 (por 10.000 hab.) e a taxa de detecção de casos novos de 43,93. 68,05% dos jaboatonenses acometidos possuem 20-59 anos de idade, 37,54% apresentam forma clínica dimorfa, 50,82% são multibacilares, 39,52% possuem uma lesão, 82,86% apresentam grau zero para avaliação diagnóstica e 55,66% foram detectados por meio de encaminhamentos. Apesar da baixa taxa de prevalência (<1), a longa evolução clínica condiciona para diagnóstico tardio, levando ao acúmulo de casos não detectados (“prevalência oculta”). A situação de Jaboatão pode ser considerada hiperendêmica (taxa de detecção de casos novos > 40). Preocupa o fato dos acometidos estarem na faixa etária economicamente ativa pois podem desenvolver incapacidades físicas, lesões, estados reacionais e afastarem-se das atividades produtivas. O grau de incapacidade física dos jaboatonenses não compromete os olhos, mãos e pés, sugerindo esforço em diagnosticar precocemente a patologia. Contudo, preocupa o elevado número de multibacilares. Os frequentes encaminhamentos podem indicar insegurança dos profissionais da atenção básica em diagnosticar, podendo causar algum retardo no diagnóstico. Por saber que a demora e o deslocamento por longas distâncias ocasionadas pelo atendimento deficitário na Unidade Básica de Saúde são os principais problemas causadores do retardo do início do tratamento, torna-se importante que o município invista na capacitação dos profissionais e na avaliação da assistência oferecida aos portadores da patologia mediante acompanhamento dos casos. 



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Hanseníase, Saúde Pública