POTENCIAL BIOTERAPÊUTICO DO Bacillus clausii SOBRE OS NÍVEIS PLASMÁTICOS DE TRANSAMINASES E PROTEÍNAS HEPÁTICAS NA ESQUISTOSSOMOSE MANSONI AGUDA EXPERIMENTAL |
A esquistossomose, parasitose amplamente distribuída em áreas tropicais e subtropicais do globo, acomete 258 milhões de pessoas. A infecção é potencialmente fatal e caracterizada por reações granulomatosas, especialmente no fígado. Essa inflamação resulta em alterações das funções bioquímicas do tecido hepático. O praziquantel tem eficácia antiparasitária, mas não atua na inflamação já instalada. Assim, novas alternativas terapêuticas são investigadas na modulação das lesões esquistossomóticas. O tratamento com probióticos vem sendo explorado experimentalmente em hepatopatias como na encefalopatia, cirrose, hipertensão portal e ascite. Assim, nosso objetivo foi investigar o potencial bioterapêutico do Bacillus clausii sobre transaminases e proteínas hepáticas plasmáticas na esquistossomose mansoni aguda experimental. Camundongos foram distribuídos em 3 grupos de acordo com a exposição cercariana e esquema terapêutico. O grupo controle infectado ficou livre de tratamento e os grupos experimentais profilático e terapêutico receberam o bacilo 30 dias antes da infecção até o 70° dia após infecção ou do 1° ao 70° dia de infecção, respectivamente. Dois grupos de animais não infectados receberam solução salina ou bacilo durante 100 dias consecutivos. B. clausii foi isolado e administrado por gavagem na dose diária de 10 9 esporos. No final do experimento o sangue foi obtido por punção cardíaca e o plasma empregado para a dosagem de ALT, AST, proteínas totais e albumina. Os grupos infectados e tratados com B. clausii nos esquemas profilático e terapêutico apresentaram redução significante dos níveis de ALT e AST de 48,8% e 37,6% e 43,54% e 34%, respectivamente, quando comparados ao grupo controle infectados e livres de tratamento. Já os níveis de proteínas totais e albumina foram reduzidos em 21,98% e 16,24% e 19% e 18,3% no tratamento profilático ou terapêutico, respectivamente, comparados ao controle infectado e livre de tratamento. Camundongos não infectados e tratados com B. clausii não apresentaram alterações nos níveis de ALT, AST, proteínas totais e albumina. O tratamento profilático e terapêutico com B. clausii modulou positivamente os níveis de ALT, AST, proteínas totais e albumina durante a infecção aguda experimental pelo S. mansoni . O tratamento é biosseguro, pois não altera esses marcadores hepáticos em camundongos saudáveis. |