PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA SOBRE OS CASOS DE ACIDENTES COM MATERIAL PERFUROCORTANTE EM PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM NA CIDADE DE CARUARU-PE
BRUNA CORDEIRO LOPES 1, CÍCERO JADSON DA COSTA1, BRUNA RIOS LARRÁZABAL HADY-IDRIS1, WALKYRIA ALMEIDA SANTANA1, JOSÉ CORREIA DE LIMA NETO1, JEFFERSON DREZETT1
1. ASCES-UNITA - Associação Caruaruense de Ensino Superior
buulopes@outlook.com

No início dos anos 40, surgiu a preocupação com riscos relacionados a materiais biológicos devido aos agravos a saúde que eles podem provocar. Os profissionais que lidam diretamente com pacientes enfermos estão expostos a riscos biológicos possibilitando a transmissão de patógenos como o vírus da hepatite B (HBV), da hepatite C (HCV) e do HIV (vírus causador da AIDS). O objetivo deste estudo foi analisar o histórico de acidentes de trabalho envolvendo perfuro cortantes em um hospital público e um privado da cidade de Caruaru-PE, estabelecer quais os profissionais da enfermagem que são mais acometidos por esses acidentes e analisar as ações de biossegurança praticadas. Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal que por meio da aplicação de questionários aprovados pelo comitê de ética e pesquisa nº 1.303.716. A investigação procurou evidenciar variáveis comuns envolvendo circunstância, perfuro cortante mais presente bem como se houve a notificação do acidente. O período de coleta aconteceu nos meses de agosto e setembro de 2016 e janeiro em 2017, contemplando profissionais de enfermagem nível superior e médio, em uma unidade de alta complexidade pública e uma privada. Os profissionais da enfermagem nível superior em ambas às unidades, pública e privada, prevaleceram sendo do sexo feminino 43 (87,75%) e 17 (80,95%) respectivamente. No nível médio também houve essa prevalência 95 (92,23%) unidade pública e 69 (87,34%) privada. O maior percentual de acidentes foi encontrado na equipe nível médio do setor público 55,39% (55 casos), a agulha sendo o material mais presente nas equipes, a circunstância foi o recapeamento de agulhas mais relatado onde apenas a equipe nível médio do setor privado elencou material desprezado em local inadequado como causa mais presente. Quanto à notificação CAT’s – Comunicação de acidente de trabalho o menor percentual foi à equipe nível médio privada com quatro casos não notificados representando (22,22%) e o maior percentual o nível superior público com 10 casos representando (50%). Estudos recentes corroboram que a ação de recapear as agulhas continua sendo responsável pelo material mais presente mesmo sendo uma prática inadequada, evidenciando a não adesão das práticas de biossegurança. O maior problema da subnotificação evidenciada no presente estudo é o desconhecimento por parte do Estado, da real situação vivenciada pelos profissionais de saúde.



Palavras-chaves:  Acidente de trabalho, biossegurança, enfermagem