PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MÃES QUE REALIZARAM PRÉ-NATAIS E TRANSMITIRAM SÍFILIS CONGÊNITA |
Introdução: A sífilis congênita é uma doença de fácil prevenção, mediante o acesso precoce à testagem durante o pré-natal e o tratamento adequado das gestantes positivas. A eliminação da sífilis congênita no nosso país ainda representa um grande desafio aos gestores e aos profissionais de saúde. Apesar da maioria das gestantes terem acesso ao pré-natal, e do aumento da detecção do HIV e sífilis em gestantes, são observadas elevadas taxas de incidência de casos de sífilis congênita o que aponta falhas no cuidado pré-natal relacionadas a diagnostico, tratamento, seguimento e registro da condução dos casos. Esse estudo tem como objetivo conhecer o perfil epidemiológico das mães que realizaram pré-natais e seus filhos apresentaram sífilis congênita no município de Fortaleza nos anos de 2007 a 2017. Métodos :Trata-se de um estudo descritivo, com corte transversal, onde foram estudados os casos confirmados de sífilis congênita dos quais as mães realizaram pré-natal, residentes no município de Fortaleza, entre 2007 e 2017. Os dados foram obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), posteriormente analisados através da estatística descritiva padrão através do software SPSS 16.0. Resultados e Discussão: Foram confirmados 6718 casos de sífilis congênita de 2007 a 2017, sendo que 72% destes as mães realizaram pré-natal. Das mulheres que fez pré-natal 67% estavam na faixa etária de 20 a 34 anos, enquanto que 1% na faixa etária de 10 a 15 anos com o menor percentual observado. De 5 a 8 anos de estudos das mães foi de 36% seguida de 9 a 12 anos de estudos com 13%, 47% foram diagnosticadas durante o pré-natal, 72% das mulheres apresentaram os parceiros não tratados e a maioria dos casos residia na regional VI (26%). Conclusões: O elevado percentual de neonatos infectados, apesar de suas mães terem relatado acompanhamento pré-natal, reflete a qualidade da assistência do pré-natal ofertado, possivelmente por falta de condução e registro adequado da gestante, atualização ou até mesmo dificuldade no cumprimento do protocolo pelos profissionais de saúde no manejo das Infecções sexualmente Transmissíveis( IST). A busca para diagnostico e tratamento dos parceiros também é algo que atrapalha na cura da gestante e no impedimento da transmissão vertical da doença. |