ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DE ENFERMOS CHAGÁSICOS NO SERTÃO DA PARAÍBA
HEITOR CÂNDIDO DE SOUZA1, RAIZZA BARROS SOUSA SILVA1, ELISAMA DOS SANTOS MEDEIROS1, GERALDO JORGE BARBOSA DE MOURA1, MARCIA ALMEIDA DE MELO1
1. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2. UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
heitorcan@gmail.com

A Doença de Chagas humana é uma enfermidade parasitária de curso crônico, podendo ser assintomática ou apresentar complicações cardíacas e/ou digestivas. A fase aguda da doença é de notificação compulsória e imediata, devendo todos os casos ser notificados na ficha do SINAN. Objetivou-se fazer um levantamento dos casos positivos diagnosticados no Laboratório Municipal de Saúde Pública de Patos - PB durante os anos de 2012 a 2017, bem como traçar o perfil e analisar a distribuição geográfica por município de residência dos enfermos na Paraíba. Metodologia: O estudo é do tipo longitudinal retrospectivo através de consulta ao livro de registros do setor. O laboratório recebeu 2036 amostras, provenientes de hospitais, do hemonúcleo e das unidades de saúde municipais, para que fossem realizadas as provas sorológicas para diagnóstico de Chagas, que consistem em HAI, ELISA e RIFI. Foram consideradas somente as amostras que obtiveram resultados positivos em pelo menos dois testes, excluindo aqueles com valores indeterminados ou zona cinza, como também amostras de teste de repetição. Dessa forma, somente 315 amostras positivas foram consideradas ideais ao estudo. Através do programa QGIS, foi confeccionado o mapa coroplético de acordo com a casuística registrada. Resultados: A sua maioria, os pacientes apresentam as seguintes características: 57,8% são do sexo feminino, 33% possuem idade acima de 60 anos e residem em sua maioria nos municípios de Patos (61,5%), Mãe D’água (4,4%), Olho D’água (4,1%) e Imaculada (3,5%). Um dado relevante foi a presença de 10 casos (3,1%) positivos para Chagas em indivíduos com menos de 30 anos, visto que, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a Paraíba não registra casos novos de Doença de Chagas desde a década 90. Infelizmente, o Estado não dá suporte para a detecção de casos agudos com pesquisas de anticorpos anti-T. cruzi das classes IgM e IgA e nem por métodos parasitológicos. Conclusão: A subnotificação de possíveis casos agudos e de novos casos mesmo de ordem crônica, pode estar relacionada tanto com a carência de comunicação entre as esferas da Saúde Pública, como também pelo desconhecimento médico sobre o perfil da infecção em sua fase inicial, que muitas vezes se apresenta de forma assintomática.



Palavras-chaves:  análise espacial, Doença de Chagas, doenças negligenciadas, saúde pública