CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA TRIATOMÍNICA NO SEMIÁRIDO PARAIBANO
HEITOR CÂNDIDO DE SOUZA 1, RAIZZA BARROS SOUSA SILVA1, ELISAMA DOS SANTOS MEDEIROS1, GERALDO JORGE BARBOSA DE MOURA1, MARCIA ALMEIDA DE MELO1
1. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2. UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
heitorcan@gmail.com

Evidenciados por seu hábito hematófago obrigatório, os triatomíneos são insetos vetores do Trypanosoma cruzi , agente da Doença de Chagas (DCh). Pelo menos 137 espécies já foram descritas no mundo e mais de 67 espécies ocorrem no território brasileiro; uma identificação correta é de suma importância para a aplicação das estratégias de vigilância entomológica. Bioma, clima, altitude, tipos de vegetação existente associados a possíveis hospedeiros vertebrados, influenciam em escala local e regional a distribuição dos triatomíneos. O conhecimento sobre as condições ambientais é de especial interesse para aperfeiçoar o controle vetorial, principalmente quando se toma em consideração as espécies que se encontram no intradomicílio, peridomicílio ou no ambiente silvestre. Objetivou-se como esse estudo caracterizar a fauna triatomínica presente no semiárido paraibano, bem como o índice de infecção natural em cada espécie. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo, através de consulta dos livros de registros do Laboratório Municipal de Saúde Pública de Patos - PB. Os municípios selecionados foram Mãe D’água, Matureia, Patos e Teixeira. Foram considerados os triatomíneos coletados tanto nas campanhas do Programa de Controle de Doença de Chagas como os de ordem extra, coletados pela própria população, no período de 2006 a 2017. Também foi analisado o índice de infecção natural (IN) do triatomíneo pelo Trypanosoma cruzi por cada espécie identificada. O programa QGIS foi utilizado para confeccionar mapas coropléticos associando a incidência de espécies e a frequência de positividade para T. cruzi . Resultados: De 4192 triatomíneos coletados, 32 estavam infectados e foram identificados nas seguintes espécies: 2499 espécimes de Triatoma brasiliensis (IN = 0,60%) , 1247 de Triatoma pseudomaculata (IN = 0,72%) , 23 de Rhodnius nasutus (IN = 0%) , 26 de Rhodnius neglectus (IN = 0%) , 354 de Panstrongylus lutzi (IN = 1,98%) , 3 de Panstrongylus megistus (IN = 0%) e 40 de Triatoma petrocchiae (IN = 2,50%), essa última considerada recente na região. Conclusão: A fauna triatomínica na área estudada compreende agora 7 espécies, sendo T. brasiliensis e T. pseudomaculata as espécies mais predominantes. Em contrapartida, apesar da média a baixa frequência de captura, as espécies que apresentaram maiores índices de infecção natural por T. cruzi foram P. lutzi e T. petrocchiae.



Palavras-chaves:  barbeiros, caatinga, ecoepidemiologia, Trypanosoma cruzi