CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA TRIATOMÍNICA NO SEMIÁRIDO PARAIBANO |
Evidenciados por seu hábito hematófago obrigatório, os triatomíneos são insetos vetores do Trypanosoma cruzi , agente da Doença de Chagas (DCh). Pelo menos 137 espécies já foram descritas no mundo e mais de 67 espécies ocorrem no território brasileiro; uma identificação correta é de suma importância para a aplicação das estratégias de vigilância entomológica. Bioma, clima, altitude, tipos de vegetação existente associados a possíveis hospedeiros vertebrados, influenciam em escala local e regional a distribuição dos triatomíneos. O conhecimento sobre as condições ambientais é de especial interesse para aperfeiçoar o controle vetorial, principalmente quando se toma em consideração as espécies que se encontram no intradomicílio, peridomicílio ou no ambiente silvestre. Objetivou-se como esse estudo caracterizar a fauna triatomínica presente no semiárido paraibano, bem como o índice de infecção natural em cada espécie. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo, através de consulta dos livros de registros do Laboratório Municipal de Saúde Pública de Patos - PB. Os municípios selecionados foram Mãe D’água, Matureia, Patos e Teixeira. Foram considerados os triatomíneos coletados tanto nas campanhas do Programa de Controle de Doença de Chagas como os de ordem extra, coletados pela própria população, no período de 2006 a 2017. Também foi analisado o índice de infecção natural (IN) do triatomíneo pelo Trypanosoma cruzi por cada espécie identificada. O programa QGIS foi utilizado para confeccionar mapas coropléticos associando a incidência de espécies e a frequência de positividade para T. cruzi . Resultados: De 4192 triatomíneos coletados, 32 estavam infectados e foram identificados nas seguintes espécies: 2499 espécimes de Triatoma brasiliensis (IN = 0,60%) , 1247 de Triatoma pseudomaculata (IN = 0,72%) , 23 de Rhodnius nasutus (IN = 0%) , 26 de Rhodnius neglectus (IN = 0%) , 354 de Panstrongylus lutzi (IN = 1,98%) , 3 de Panstrongylus megistus (IN = 0%) e 40 de Triatoma petrocchiae (IN = 2,50%), essa última considerada recente na região. Conclusão: A fauna triatomínica na área estudada compreende agora 7 espécies, sendo T. brasiliensis e T. pseudomaculata as espécies mais predominantes. Em contrapartida, apesar da média a baixa frequência de captura, as espécies que apresentaram maiores índices de infecção natural por T. cruzi foram P. lutzi e T. petrocchiae. |