ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, ENTOMOLÓGICOS E DO CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ, BRASIL, 2011 A 2016
LUIZ OSVALDO RODRIGUES DA SILVA 1, ANA PAULA CUNHA GOMES BOUTHY1, ANA RITA PAULA CARDOSO1, ROBERTA DE PAULA OLIVEIRA1
1. SESA/CE - Secretaria da Saúde do Estado do Ceará
LUIZUVA@GMAIL.COM

Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é um grande problema de saúde no estado do Ceará. Devido a sua importância, realizou-se um estudo epidemiológico descrevendo o perfil da doença nos últimos seis anos (2011 a 2016), as espécies vetoras e as atividades de controle do reservatório canino e vetorial desenvolvidas no Estado. Material e Métodos: Trata-se de um estudo observacional e descritivo. Os dados referentes aos casos de LV humana foram coletados no Sistema de Informação de Agravos e de Notificação (SINAN/SESA). As informações relativas às atividades de vigilância entomológica foram disponibilizadas pelo Laboratório de Entomologia Médica do Núcleo de Controle de Vetores (NUVET) e as referentes ao controle do reservatório canino e vetor foram extraídas do banco de dados do Grupo Técnico das Leishmanioses do NUVET/SESA. Resultados: No período de 2011 a 2016 foram registrados 3.202 casos de LV humana no Estado. A maior taxa de incidência foi registrada no ano de 2011 (8.0/100.000hab). Ao analisar o agravo por sexo, os homens foram os mais acometidos, representando 66% dos casos. Com relação a faixa etária, observa-se que as crianças de 1 a 4 anos foram as que apresentaram maior incidência da doença. O Ceará apresenta 30 espécies de flebotomíneos, pertencentes a dois gêneros: Lutzomyia França, 1924 e Bruptomyia França & Parrot, 1921. Destas, quatro espécies do gênero Lutzomyia tem importância epidemiológica na transmissão das leishmanioses: Lutzomyia longipalpis, Lutzomyia migonei , Lutzomyia whitmani e Lutzomyia intermedia. Com relação ao controle do reservatório canino, foram examinados 582.150 cães para Leishmaniose Visceral Canina (LVC), com uma soroprevalência de 10,8% (63.090). No controle químico do vetor foram borrifadas 38.891 residências (2013-2016), com uma média anual de 9.722 casas trabalhadas. Conclusão: A Leishmaniose Visceral apresenta-se de forma endêmica no estado do Ceará, com registro anual de casos humanos e caninos. Observa-se a presença do vetor em todos os municípios, aumentando assim, o risco de transmissão da LV no Estado.



Palavras-chaves:  Controle, Leishmaniose Visceral, Reservatórios, Vetores, Vigilância