SOROPREVALÊNCIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO ESTADO DO CEARÁ, PERÍODO DE 2015 A 2017
ANA PAULA CUNHA GOMES BOUTY1, LUIZ OSVALDO RODRIGUES DA SILVA1, LUCIANO DE ANDRADE FILGUEIRAS FILHO1, JOSÉ IRINEU ALBUQUERQUETEIXEIRA1, ROBERTA DE PAULA OLIVEIRA1
1. SESA - Secretaria da Saúde do Estado do Ceará
apcgbouty@gmail.com

Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose de grande importância para a saúde pública, de ocorrência mundial, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil. É uma doença de caráter crônico, grave, com altas taxas de letalidade quando não tratada. A principal espécie causadora é a Leishmania infantum , responsável por casos da doença na Europa, Ásia, África e nas Américas. No Brasil, a transmissão ocorre principalmente através da picada de insetos do gênero Lutzomyia , também conhecidos como flebótomos. Na área urbana, o cão ( Canis familiaris ) é a principal fonte de infecção para o vetor. O controle do reservatório canino é uma estratégia que visa diminuir a prevalência da doença nos cães bem como reduzir o contato do vetor com esse hospedeiro.  Objetivos: Descrever a ocorrência de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) no estado do Ceará, período de 2015 a 2017.  Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo. As informações foram extraídas do banco de dados do Grupo Técnico das Leishmanioses do Núcleo de Controle de Vetores – NUVET/SESA/CE. Os parâmetros avaliados foram: taxas absolutas e relativas do número de cães examinados, número de cães positivos e percentuais de cães eutanasiados.  Resultados: No período de 2015 a 2017, foram examinados 403.102 cães no teste rápido (TR) DPP leishmaniose visceral canina. Desse total, 7,2% (29.871/414.885) apresentaram resultado positivo para LVC (confirmados pelo exame Elisa). O ano de 2016 apresentou o maior número de exames realizados, 154.617 exames, demonstrando um aumento de 41% em relação à 2015. A soropositividade para LVC apresentou percentuais de 12,9%, 5,7% e 4,7% respectivamente. Baseado nas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde para o controle do reservatório canino, 66% dos cães positivos (19.663/28.903) foram submetidos à eutanásia conforme as normas e diretrizes do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).  Conclusão: O controle do reservatório canino é uma estratégia importante na interrupção do ciclo epidemiológico da doença no homem, tendo em vista que o cão é a principal fonte de infecção no ambiente urbano. A soroprevalência no Ceará segue uma tendência de diminuição dos casos. Contudo, o Programa Estadual de Controle da Leishmaniose Visceral enfrenta grandes obstáculos no tocante ao recolhimento e eutanásia dos cães positivos, comprometendo, assim, as ações de controle do agravo no Estado.

 



Palavras-chaves:  Controle, Leishmaniose Visceral Canina, Soroprevalência