ATENDIMENTOS ANTIRRÁBICOS HUMANOS: PADRÕES ESPACIAIS DAS CONDUTAS INADEQUADAS NO CEARÁ, 2007-2015
KELLYN KESSIENE DE SOUSA CAVALCANTE 1,2, ALINE SILVA OLIVEIRA1,2, CAROLINE MARY GURGEL DIAS FLORÊNCIO1,2, JARIER DE OLIVEIRA MORENO1,2, CARLOS HENRIQUE MORAIS ALENCAR1,2
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. SESA - Secretaria da Saúde do Ceará
kellynveterinaria@hotmail.com

Introdução: No Brasil, mais de 425 mil pessoas procuraram atendimento antirrábico por ano , sendo as regiões Norte e Nordeste responsáveis pela maioria dos casos. A análise espacial é um instrumento importante quando aplicado à saúde pública para caracterizar e quantificar a exposição às doenças e seus possíveis determinantes. Objetivo: Caracterizar a distribuição espacial das condutas inadequadas dos atendimentos antirrábicos humanos pós-exposição no estado do Ceará, de 2007 a 2015. Métodos: Realizou-se estudo ecológico com abordagem exploratória analítica das fichas de investigação de atendimentos antirrábicos humanos registrados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação. Foram calculados coeficientes de incidência de condutas inadequadas dos atendimentos antirrábicos humanos pós-exposição por 100.000 habitantes em três blocos de anos: 2007-2010, 2011-2013 e 2014-2015; e do período completo: 2007-2015. Para processamento, análise, apresentação de dados cartográficos e cálculo dos indicadores, utilizou-se o TerraView 4.4.2; e os mapas temáticos foram construídos pelo ArcGis 9.2. Resultados: Observou-se valores significativamente maiores em dois agregados significativos (p<0,05) e com elevada incidência de atendimentos inadequados no Ceará, um localizado na região nordeste, municípios de Guaramiranga (222,3), Jaguaruana (115,0), Itaiçaba (89,2), Russas (85,0), Cruz (83,5), Palhano (80,4), Quixeré (66,8), Aracati (50,9) e Beberibe (46,7); e outro na região noroeste, municípios de Jijoca de Jericoacoara (131,5), Ibiapina (66,4), Bela Cruz (62,7) e Camocim (38,7). Os menores coeficientes de incidência de condutas inadequadas foram identificados nas regiões central e sul do Ceará, nos municípios de Pacujá (0,0), Barreira (0,0), Antonina do Norte (0,0), Poranga (2,8), Altaneira (2,9), Umari (6,0) e Assaré (6,9). Discussão: O conhecimento dessas áreas é fundamental para a adequação de recursos e o direcionamento de ações de saúde. Conclusão: A distribuição das condutas inadequadas dos atendimentos pós-exposição é heterogênea no estado do Ceará, com elevados valores nos municípios das regiões nordeste e noroeste, coincidindo com as áreas de médio a alto desenvolvimento socioeconômico do estado. Nestes municípios, as medidas de intervenção devem ser prioritárias para o controle efetivo da raiva.



Palavras-chaves:  Distribuição espacial, Profilaxia pós-exposição, Raiva