RELAÇÃO ENTRE PROFILAXIA ANTIRRÁBICA E ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO CEARÁ, 2007-2015
KELLYN KESSIENE DE SOUSA CAVALCANTE 1,2, CAROLINE MARY GURGEL DIAS FLORÊNCIO1,2, NAYLÊ FRANCELINO HOLANDA DUARTE1,2, SHEILA MARIA SANTIAGO BORGES1,2, CARLOS HENRIQUE MORAIS ALENCAR1,2
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. SESA - Secretaria da Saúde do Ceará
kellynveterinaria@hotmail.com

Introdução: A profilaxia antirrábica pós-exposição é indicada para pessoas expostas ao vírus rábico, e todos os atendimentos devem ser cadastrados na ficha de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Objetivo: Avaliar a relação entre os coeficientes médios de incidência das condutas inadequadas dos atendimentos antirrábicos humanos pós-exposição com as variáveis doses de vacinas antirrábicas humanas administradas e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal ( IDHM) dividido nas suas categorias: renda, educação e longevidade nos municípios do estado do Ceará, de 2007 a 2015. Métodos: Realizou-se estudo ecológico com abordagem exploratória analítica das fichas de investigação de atendimentos antirrábicos humanos registrados no Sinan. Os coeficientes de incidência foram calculados pela divisão do número médio de pessoas atendidas com condutas inadequadas de 2007 a 2015 pela população para o mesmo período multiplicado por 100.000. Este coeficientes foram associados ao Índice de Desenvolvimento Humano municipal e suas subdivisões, bem como à proporção de doses de vacinas administradas na população. Resultados: Verificou-se que quanto maior a quantidade de doses de vacinas antirrábicas humanas administradas, maior a incidência de condutas inadequadas dos atendimentos antirrábicos (r=0,78; p<0,001). Identificou-se, também, uma tendência de aumento dos coeficientes de incidência das condutas inadequadas com a elevação dos IDHM relacionados à renda (r=0,20; p<0,001) e educação (r=0,37; p<0,001); entretanto, o aumento do IDHM quanto à longevidade se correlacionou a um crescimento não significante dos coeficientes (r= 0,03; p=0,695). Discussão: O IDHM mede a qualidade de vida das pessoas, uma medida geral e sintética do desenvolvimento humano. Os fatores sociais podem promover uma promiscuidade na relação homem/animal, e, consequentemente, reduzir os cuidados sanitários. A prescrição desnecessária de vacina antirrábica aumenta o desperdício de recursos. Conclusão: Os municípios com maior quantidade de notificações de atendimentos antirrábicos com condutas inadequadas coincidem com as áreas de médio a alto desenvolvimento socioeconômico do estado. Nestes municípios, devem ser prioritárias as medidas de intervenção para o controle efetivo da raiva. O conhecimento dessas áreas é fundamental para a adequação de recursos, a priorização e o direcionamento das ações de saúde.



Palavras-chaves:  Desenvolvimento humano, Profilaxia pós-exposição, Raiva