PREVALÊNCIA DAS PROFILAXIAS ANTIRRÁBICAS PÓS-EXPOSIÇÃO INADEQUADAS NO CEARÁ, BRASIL, 2007-2015
KELLYN KESSIENE DE SOUSA CAVALCANTE 1,2, JARIER DE OLIVEIRA MORENO1,2, DANIELE ROCHA QUEIROZ LEMOS1,2, CARLOS HENRIQUE MORAIS ALENCAR1,2
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. SESA - Secretaria da Saúde do Ceará
kellynveterinaria@hotmail.com

Introdução: A profilaxia antirrábica pós-exposição é indicada para pessoas expostas ao vírus rábico, e todos os atendimentos devem ser cadastrados na ficha de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Objetivo: Avaliar a prevalência da profilaxia antirrábica humana pós-exposição inadequada em pacientes vítimas de agressão por animal no estado do Ceará, no período de 2007 a 2015 . Métodos: Realizou-se um estudo de prevalência de condutas profiláticas inadequadas e seus fatores associados, significância de 95%, com dados das notificações de atendimentos antirrábicos humanos do Sinan. Os coeficientes de incidência dos atendimentos foram padronizados pelo método direto, tendo como parâmetro as faixas etárias de cada município para cada ano do estudo, e a população padrão utilizada foi a do ano de 2010. Resultados: Das 231.694 notificações registradas de 2007 a 2015, 222.036 (95,8%) apresentaram inadequações, tendo o ano de 2015 o maior valor do coeficiente padronizado de incidência de condutas inadequadas (41,58 atendimentos por 10 mil habitantes). Identificou-se maior frequência em menores de 19 anos de idade (37,6%), sem diferença entre os sexos ( RP=0,99; IC95%= 0,99-1,00) . A exposição por mordedura (RP=1,03; IC95%=1,02- 1,03 ) e os ferimentos múltiplos (RP=1,07; IC95%=1,06-1,07), localizados nas mãos/pés (RP=1,06; IC95%=1,06- 1,07 ) apresentaram maiores prevalências de condutas inadequadas. Também houve maior prevalência de inadequações nos quirópteros e outras espécies de animais agressores em relação aos caninos (p<0,001), além dos acidentes com animais mortos/desaparecidos (RP=1,05; IC95%=1,05-1,06) e dos tratamentos com vacinas (RP=1,03; IC95%=1,02-1,03). Discussão: Os achados deste estudo sugerem uma possível insegurança nas prescrições por parte dos profissionais da saúde. Na maioria dos casos, estes profissionais costumam indicar mais doses do que as necessárias ao tipo de exposição presente no paciente, não se considerando os aspectos epidemiológicos de cada atendimento antirrábico. Conclusão: S ão necessárias melhor avaliação dos casos, observação do animal agressor e atendimento às Normas Técnicas, do Ministério da Saúde, para a condução da profilaxia antirrábica de forma adequada e segura, sem risco ao paciente.

 



Palavras-chaves:  Prevalência, Profilaxia pós-exposição, Raiva