CARACTERÍSTICAS DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DO CEARÁ, 2007 A 2016
KELLYN KESSIENE DE SOUSA CAVALCANTE 1,2, JARIER DE OLIVEIRA MORENO1,2, NAYLÊ FRANCELINO HOLANDA DUARTE1,2, IVA MARIA LIMA ARAÚJO MELO1,2, SHEILA MARIA SANTIAGO BORGES1,2, CARLOS HENRIQUE MORAIS ALENCAR1,2
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. SESA - Secretaria da Saúde do Estado do Ceará
kellynveterinaria@hotmail.com

Introdução: Atualmente, os acidentes por animais peçonhentos constituem um problema de saúde pública, tanto pelo número de casos registrados, quanto pela gravidade apresentada e podem levar ao óbito ou às sequelas permanentes. Dentre os animais peçonhentos, alguns artrópodes de importância médica destacam-se por sua abundância, diversidade e pelos acidentes provocados. No Brasil, há uma média de 100.000 acidentes anualmente. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos no estado do Ceará, no período de 2007 a 2016 . Métodos: O estudo é descritivo e transversal, com base nos dados do Departamento de Informática do Sistema único de Saúde. Os dados foram organizados em planilhas e calculadas as frequências absolutas e relativas das variáveis sócio demográficas (sexo, faixa etária, raça/cor) e específicas dos casos (tipo de acidente, classificação final, tempo entre o acidente e o atendimento, evolução). Resultados: Nesse período, houve 31.275 acidentes por an imais peçonhentos, sendo 52,3% do sexo feminino. A faixa etária com maior frequência foi a de 20 a 39 anos (11.113; 35,5%) e 11.261 (36,0%) casos foram da raça parda. A maioria das notificações foi por acidente de escorpião (20.997; 67,1%), seguido por serpente (6.481; 20,7%), sendo 4.257 (65,0%) do tipo Bothrops. Houve, ainda, acidentes por abelhas (2.007; 6,4%), aranhas (804; 2,6%) e lagartas (152; 0,5%). Do total de acidentes, 26.647 (85,2 %) foram classificados como leves, 2.815 (9,0%) como moderados e apenas 317 (1,0%) como graves. Os atendimentos médicos foram mais frequentes no período de uma a três horas desde a picada (10.511; 33,6%) e a maioria dos casos evoluiu para a cura (28.876; 92,3%). Discussão: Devido à elevada frequência de acidentes por animais peçonhentos, faz-se importante a utilização das estratégias de prevenção e controle por meio da educação em saúde junto à população, e de capacitações para os profissionais envolvidos nesse controle , bem como a manutenção de unidades notificadoras sensíveis ao agravo. Conclusão: Mais da metade dos casos foi do sexo feminino, sobressaindo-se a faixa etária de 20 a 39 anos. O maior número de acidentes foi causado por escorpiões, seguido por serpentes e abelhas. Embora tenha se observado uma alta quantidade desses acidentes no estado, a grande maioria teve classificação leve e evoluiu para a cura.



Palavras-chaves:  Animais peçonhentos, Perfil de saúde, Vigilância epidemiológica