AVALIAÇÃO DOS TESTES DE DETECÇÃO DE ANTICORPOS PARA FILARIOSE LINFÁTICA EM INDIVÍDUOS RESIDENTES EM ÁREAS ENDÊMICAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE, PERNAMBUCO |
A Filariose Linfática (FL), comumente conhecida como elefantíase, é uma doença que acomete cerca de 120 milhões de pessoas em regiões tropicais e subtropicais. No ano 2000, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o Plano Global de Eliminação da Filariose Linfática (PGEFL), que possui como principais pilares: a quebra da transmissão da FL, a assistência aos portadores das formas mórbidas da parasitose e o desenvolvimento e validação de novas ferramentas diagnósticas, capazes de avaliar e monitorar as áreas submetidas ao tratamento em massa. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi avaliar os testes de detecção de anticorpos para Filariose Linfática em indivíduos residentes de áreas endêmicas da Região Metropolitana de Recife, Pernambuco. Para tal, foram selecionadas 256 amostras de soro a partir do banco de amostras biológicas do Serviço de Referência Nacional em Filarioses (SRNF) do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) / Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), em Pernambuco. Do total das amostras estudadas, 79 (30,9%) eram de pacientes microfilarêmicos e 177 amicrofilarêmicos, todos residentes em áreas endêmica. Ambos os grupos foram classificados em relação à microfilaremia, através da técnica de Filtração em Membrana de Policarbonato (FMP), também foi feita a pesquisa para o Antígeno Circulante Filarial (ACF), através do teste Og4C3-ELISA. Para a pesquisa de anticorpos anti–Bm14 e anti-Wb123, foram utilizados o Lymphatic Filariasis Bm14 antibody (CELISA test) e o Filaria Detect TM IgG4 ELISA system (ELISA-Wb123), respectivamente. O “CELISA test”, apresentou respectivamente, sensibilidade e especificidade de 96.20% e 93,22%, VPP e VPN de 86.36% e 98.21%. O ELISA-Wb123 apresentou sensibilidade de 82.28% e especificidade de 96.05%, a proporção de indivíduos verdadeiramente positivos e negativos foi de 90.28% (VPP) e 92.39% (VPN) respectivamente. Nas comparações entre carga parasitária e anticorpo não houve associação positiva, diferentemente do que ocorre na associação entre a antigenemia e carga parasitária. As metodologias avaliadas para a detecção de anticorpos antifilariais apresentaram boas sensibilidades e especificidades sendo ferramentas promissoras para a vigilância da FL. No entanto, se fazem necessários estudos com maior número de indivíduos para garantir os resultados obtidos. |