AVALIAÇÃO DA CARGA PARASITÁRIA NA PELE DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR Leishmania infantum E COM DIFERENTES STATUS CLÍNICO
ÚRSULA MAIRA RUSSO CHAGAS1,2, GUSTAVO FONTES PAZ1,2, DANIEL MOREIRA DE AVELAR1,2, CÉLIA MARIA FERREIRA GONTIJO1,2
1. IRR - FIOCRUZ - Instituto René Rachou - Fundação Oswaldo Cruz, 2. FAPEMIG - Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais
uchagas24@yahoo.com.br

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença parasitária de ampla distribuição no Brasil. A principal espécie responsável pela LV é a Leishmania infantum , sendo transmitida pela picada de fêmeas do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis . O tecido cutâneo de cães infectados, com ou sem sinais clínicos da doença, tem um relevante papel na transmissão do parasito por ser o local de contato do hospedeiro com o vetor da doença. Com isso, o estudo avaliou a carga parasitária em amostras de pele de cães naturalmente infectados por Leishmania infantum com distintos status clínico de LVC a fim de observar possíveis diferenças. Para isso, foram utilizadas amostras de pele de 59 cães, provenientes do Centro de Controle de Zoonose do município de Betim/MG e previamente diagnosticados com LVC por métodos sorológicos (TR DPP e ELISA) e moleculares (RFLP HSP70). Os animais foram divididos em três grupos, de acordo com os sinais clínicos: grupo 1 (assintomáticos), grupo 2 (com sinais clínicos moderados) e o grupo 3 (com sinais clínicos intensos). Foi realizada a qPCR das amostras de pele dos 59 cães com LVC para a quantificação da carga parasitária. O resultado encontrado foi comparado entre os três grupos clínicos pelas análises estatísticas de Kruskal-Wallis e Wilcoxon. Pode-se observar que não houve diferença significativa na carga parasitária entre os grupos clínicos. Quando comparamos o grupo dos cães sem sinais clínicos (grupo 1) com os que apresentaram sinais (grupo 2 e 3), também não foi observada diferença. Estudos recentes utilizando a qPCR tem mostrado não existir uma correlação direta entre carga parasitária e manifestações clínicas em cães naturalmente infectados. Entretanto, a capacidade infectante para o vetor de cães com cargas parasitárias mais altas na pele, tem se mostrado maior. Portanto, a quantificação da carga parasitária na pele do animal infectado pode servir como um biomarcador de sua capacidade infectiva para o vetor. Sendo assim, cães com ou sem sinais clínicos para LVC podem apresentar altas cargas parasitárias na pele o que pode favorecer as chances de disseminação da infecção.



Palavras-chaves:  Leishmaniose Visceral Canina, qPCR, status clínico