CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ISOLADOS DE TOXOPLASMA GONDII OBTIDOS DE GESTANTES COM TOXOPLASMOSE CONGÊNITA EM CUIABÁ-MT
DANIELA ARAUJO BARROS 1, MICHELLE IGARASHI1, RICHARD DE CAMPOS PACHECO1, RUTE WITTER1, SOLANGE MARIA GENNARI1, HILDA FÁTIMA DE JESUS PENA1, ANSELMO VERLANGIERI CARMO1
1. UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso, 2. USP - Universidade de São Paulo
DANIELA.ABARROS@HOTMAIL.COM

Introdução: A toxoplasmose é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, coccídeo classificado dentro do filo Apicomplexa, altamente prevalente no mundo. Em humanos, a transmissão congênita tem sido responsabilizada pela ocorrência de abortos, natimortos, debilidade e mortalidade neonatal. Pesquisas envolvendo o isolamento e caracterização de T. gondii em humanos no Brasil são limitadas. Objetivos: Isolar e caracterizar o T. gondii, por meio de bioensaio em camundongos suiços, a partir de liquido amniótico de gestantes com toxoplasmose congênita em Cuiabá-MT. Desenho de estudo: Experimental. Método: Sete amostras de gestantes com toxoplasmose congênita (IgM positive e teste de avidez IgG baixo) foram obtidas por meio de punção de liquido amniótico. As amostras foram submetidas ao isolamento de T. gondii em camundongos suiços e genotipagem das amostras isoladas por meio de PCR-RFLP. Resultados principais parciais: Das sete amostras inoculadas em camundongos duas foram isoladas caraterizadas como avirulentas em camundongos e formação de cistos no cérebro após 45 dias pós inoculação. Os dois genótipos estão parcialmente identificados como não arquétipos entre os tipos I,II e III e entre os encontrados no Brasil (BrI, BrII e BrIII). Contudo as duas gestantes apresentaram infecção fetal, onde um feto evidenciou-se hepatoesplenomegalia, associado a ventriculomegalia cerebral bilateral, ascite, cardiomegalia leve e aumento de volume de liquido amniótico e o outro feto coriorretinite, calcificação cerebral e microcefalia. Discussão: Diante de resultados parciais da genotipagem, é possível verificar que a patogenicidade do isolado em camundongo foi diferente da manifestação na gestante. Pouco se sabe sobre a associação entre a virulência do T. gondii para camundongos em comparação com a virulência na espécie humana. Segundo Dubey & Beattie (1988) a virulência em camundongos não apresenta associação com doença em humanos. Conclusão: Este estudo confirma a variabilidade genotípica do parasito em gestantes no Brasil e que manifestações clínicas e a gravidade da infecção são afetadas por interações entre o parasito e o tipo de hospedeiro.



Palavras-chaves:  genotipagem, transplacentário, humanos