POTÊNCIA E EFICÁCIA DE DERIVADOS DA AMODIAQUINA NA MALÁRIA EXPERIMENTAL
MARIANA DA CRUZ BORGES SILVA1, LEGNA ANDREINA COLINA VEGAS1, ALZIR AZEVEDO BATISTA1, MILENA BOTELHO PEREIRA SOARES1, DIOGO RODRIGO DE MAGALHÃES MOREIRA1
1. IGM - Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz/BA, 2. UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos
marii.borges@hotmail.com

A amodiaquina (AQ) é um fármaco antimalárico utilizado no tratamento da malária não complicada, sendo, de fato, mais eficaz, palatável e de menor custo do que a cloroquina (CQ), porém, devido aos relatos de eventos adversos em pacientes que fizeram uso do medicamento de forma profilática, a AQ não é utilizada como fármaco de primeira linha. Nosso grupo de pesquisa observou que complexos de rutênio associados à CQ exibiam atividade anti- P. falciparum no ciclo intraeritrocítico, porém, ao contrário da CQ, complexos de rutênio-CQ apresentaram atividade antiparasitária frente formas sexuadas e esporozoítos, aumentando o espectro de ação. Nesse contexto, o presente trabalho avaliou a potência in vitro e eficácia in vivo para três inéditos complexos de rutênio contendo AQ na sua composição química. A potência foi determinada frente cepa W2 do P. falciparum , utilizando a metodologia de incorporação da hipoxantina, enquanto a eficácia foi estudada em camundongos Swiss Webster infectados com a cepa NK65 do P. berghei, fazendo uso do modelo de supressão de parasitemia (teste de Peters), sendo expressas em valores de concentração inibitória para 50% do crescimento do parasito (CI 50 ) e a dose efetiva para reduzir 50% da carga parasitária (DE 50 ), respectivamente. Os testes de toxicidade aguda foram realizados em camundongos não-infectados utilizando dose equivalente aos quatro dias de tratamento do teste de Peters. Os derivados da AQ foram capazes de reduzir o crescimento do P. falciparum , com valores de CI 50 entre 0.0032 a 0.012 µM, enquanto que a AQ apresentou valor de CI 50 de 0.0074 µM, mostrando assim que os derivados possuem potência similar ou superior à AQ. Um dos derivados da AQ foi capaz de suprimir a parasitemia de maneira dependente da dose no teste de Peters, apresentando valor de DE 50 = 15 µmol/kg, similar ao observado para a AQ. Na dose de 30 µmol/kg, o derivado da AQ conferiu 40% de sobrevivência dos animais, enquanto que com a AQ, nesta mesma dose, 60% dos animais sobreviveram. Por último, observamos que o derivado da AQ possui eficácia superior ao derivado da CQ em suprimir a parasitemia em camundongos infectados com o P. berghei e que isso foi alcançado de maneira seletiva, sem induzir efeitos tóxicos aparentes aos camundongos. Portanto, foi demonstrado que os novos derivados da AQ apresentam perfil farmacológico em potencial.



Palavras-chaves:  Amodiaquina, Malária, Plasmodium, Rutênio